Presença de realizadores marca Mostra Competitiva do Festival de Cinema de Alagoas
Dezessete cineastas de 24 filmes da mostra participam da 5ª edição do evento em Penedo
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Natália Oliveira – estudante de Jornalismo, enviada especial
Penedo – Neste ano, o Festival de Cinema Universitário de Alagoas recebeu personagens ilustres. Dezessete realizadores de 24 curtas-metragens concorrentes na Mostra Competitiva, vieram prestigiar suas respectivas produções e enriquecer o debate sobre o cinema. Até o próximo sábado, 7, todos eles se encontrarão no Centro de Extensão e Cultura Universitária para falar sobre o processo de produção dos filmes, entre outros assuntos ligados à sétima arte.
Um dos destaques deste ano foi a pluralidade dos filmes selecionados para a principal atração do evento. Para esta edição a comissão formada pelos profissionais de cinema Guilherme Sarmiento, Ramon Coutinho e Carollini Assis escolheu curtas das cinco regiões do Brasil.
“Nós da comissão nos reunimos e percebemos que era preciso um parâmetro para escolher os filmes. Então fomos pela lógica dos que se arriscavam estética e narrativamente, que tivessem não só uma solução técnica bem apurada, mas também um jeito que contar uma história de maneira arriscada. Estar na universidade é o momento para se jogar e mostrar que há potencial”, explicou Ramon Coutinho.
No primeiro encontro, realizado na tarde da última quarta-feira (4), os diretores Jocimar Dias Jr. e Iuri Minfroy falaram sobre seus filmes Ensaio sobre minha mãe e Outono Celeste, respectivamente.
Discussão sobre os filmes
Ensaio sobre minha mãe é uma ficção inspirada na vida da mãe do diretor, Márcia, e estrelado pela própria. Uma das cenas do curta, produzido por Jocimar como Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) de Cinema da Universidade Federal Fluminense, retrata o momento em que o filho sai de casa para ingressar no ensino superior e a mãe canta uma canção gospel que exprime a dor de ver um filho partir. A produção esboça, também, momentos de angústia e libertação vividos por Márcia.
“A vontade de fazer esse filme veio mais de uma admiração minha pela coragem dela ter rompido com alguns dogmas que a prendiam”, revelou Jocimar. O curta-metragem foi exibido em outras 20 mostras de cinema pelo país e participará do 7º Festival de Cinema da Fronteira, em Bagé (RS) e do 2º Festival Internacional de Cinema Universitário de Pernambuco.
Outono Celeste também é uma ficção, mas com uma atmosfera mais lúdica, que mostra o encontro entre a personagem principal e um ser extraterrestre. O filme foi rodado em apenas três dias no primeiro semestre deste ano, como produto do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal de Pelotas. Este é o terceiro curta produzido pelo diretor Iuri Minfroy como estudante de cinema e vai cruzar fronteiras. “Outono Celeste vai ser exibido em festivais na Ucrânica, Austrália e Chile”, destacou Iuri.
Além desses dois filmes, outros três foram exibidos no primeiro dia da Mostra: A pequena bailarina de 14 anos; TeresaDo que é sensível.
Segunda noite de filmes
Na noite da última quarta-feira (4), segundo dia da mostra, o público assistiu aos filmes Sopro, uivo e assobio; Simulacro; Ev’ry time we say goodbye; Dialetos; Muro; e Matinê. Este último curta abordou a trágica história da morte de crianças em um tumulto no Cine Oberdan, em São Paulo, nos anos 1930.
Adriana Gomes, uma das diretoras do filme, explicou que o mesmo foi produto da conclusão do curso de Cinema e demandou um intenso trabalho de pesquisa a ser feito em pouco tempo. Era preciso contatar personagens da tragédia ou parentes das vítimas para relatar a história vivida.
“Não existe muito material sobre aquele momento fatídico, mas o pouco que tem é muito rico. Nós fomos ao cemitério para tentar achar alguns túmulos. Durante a pesquisa, conseguimos encontrar o personagem que se julga culpado pelo incidente. É uma história pesada”, revelou Adriana.
Sessões continuam até esta sexta-feira
A Mostra Competitiva continua até amanhã, às 19h, na Praça 12 de Abril. Hoje, 5, serão exibidos os curtas Santa Rosa; Oniro; Bumba-bumba – com minha própria macumba; Cidade líquida; Atirou para matar; e 3 mercados. Amanhã, 6, último dia da Mostra, serão exibidos Quem tem juízo resiste e luta; A bordo; A última guerra em Canudos: a barganha; Memória do Cine Argus; Raposa; Fogarel; e Look.
Já na noite de sábado, 7, o público vai conhecer os melhores filmes nacionais, eleitos pelo júri oficial e popular, e o melhor curta alagoano. Os vencedores ganharão uma quantia em dinheiro e o troféu Canoa de Tolda, inspirado na embarcação homônima que navegava pelo Velho Chico em outrora.
Confira no site a crítica dos filmes da primeira e segunda noite da mostra feitas pelos membros do júri popular.
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