Workshops promovem trocas de experiências no Festival de Cinema de Alagoas

Editais, produção e distribuição audiovisual fazem parte de discussões de realizadores


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Ramon Coutinho (à direita) com realizadores de filmes participantes da Mostra Competitiva do Festival
Ramon Coutinho (à direita) com realizadores de filmes participantes da Mostra Competitiva do Festival

Jhonathan Pino - jornalista, enviado especial

Penedo -Produção e Distribuição de filmes de Baixo Custo deu início aos workshops do Festival de Cinema Universitário de Alagoas, nesta quinta-feira (5). No Centro de Cultura e Extensão Universitária, o representante do Coletivo Urgente de Audiovisual (Cual), Ramon Coutinho, conversou com realizadores sobre as experiências vivenciados no Estado da Bahia.

Orçamentos limitados e editais de fomento a indústria cinematográfico foram os temas mais conversados pelos que ali estavam no workshop. A maior parte deles eram jovens, ainda universitários e selecionados para a Mostra Competitiva do Festival. Eles estavam reunidos com Ramon para tentar compreender que possibilidades existentes para difusão de seus filmes. “Eu comecei a produzir cinema porque encontrei pessoas que gostam de cinema. O histórico de Salvador é bem difícil”, introduziu o facilitador.

Durante toda a conversa, Ramon tentou difundir um valor essencial para que se pudesse produzir cinema diante de situações adversas: a amizade. “No Cual há um grupo de pessoas com afinidades, sejam elas afetivas, ou estéticas, que tentam atuar diante de uma realidade carente de cinema”, explicou.

O coletivo do qual Ramon faz parte é composto de publicitários, jornalistas, historiadores e alguns egressos do curso Interdisciplinar em Artes com Concentração na Área de Cinema da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Eles se reuniram com a proposta de um pensar mais crítico para todo o processo da realização de cinema e evidenciar possibilidades de uma produção com baixos custos.

Na ocasião, o facilitador colocou algumas de suas impressões sobre o mercado audiovisual brasileiro e falou da dificuldade em colocar seus filmes para serem exibidos nas salas de cinema espalhadas pelo país. “Eu acredito que a gente está na fase de formar um mercado. As atuais escolas de cinema estão formando para um outro mercado, pois esse que aí está não é nosso. Eu não estaria no audiovisual atualmente se eu vivesse desse mercado atual”, pontuou Ramon.

O convidado ainda ressaltou é necessário que os realizadores deixem de querer ser fenômenos do cinema, com grande penetração nacional e pensem em formas mais regionais para a produção de conteúdo. “Há uma soma de fatores que eu vejo que podem fazer diferença. São pequenas ações locais. Eu não acredito na grande solução, que é o financiamento federal, por meio da imposição de cotas para as salas de exibição. Acho que a gente pode produzir uma quantidade enorme de filmes incríveis pequenos, mas relevantes para um determinado local e baratíssimos para que sejam distribuídos em mercados menores”, acredita Ramon.

No sábado, 7, acontece o próximo workshop do Festival, que será facilitado pelo membro da Comissão de Avaliação, Seleção e Fiscalização da área Cinema e Vídeo (Casf), Ernani Viana. A atividade inicia às 9h, no Centro de Cultura e Extensão Universitária, onde será abordado o Financiarte: considerações sobre o segmento Cinema e Vídeo em Caxias do Sul (RS). 

Veja programação completa do Festival aqui.

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