Curso Letras-Português de Arapiraca recebe conceito 4 no Enade
Qualificação do corpo docente e participação dos alunos no Exame contribuíram para o reconhecimento do curso pelo MEC
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Jhonathan Pino – jornalista
Com a primeira turma ainda em finalização, o curso de Letras-Português, do Campus Arapiraca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), prepara a colação de grau de seus primeiros 29 alunos. Junto a essa festa chega a notícia de seu reconhecimento pelo Ministério da Educação (MEC) e o bom desempenho dos alunos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), que contribuiu para a boa avaliação do curso: conceito 4.
Entre os critérios do MEC, foram qualificados como muito bons o corpo docente e o Plano Pedagógico do Curso (PPC). De acordo com o coordenador do curso, Deywid Melo, o fato de possuir todos os professores do tronco específico com doutorado contribuiu para a boa pontuação.
Outro fator que levou à boa avaliação do curso foi a participação dos alunos em programas institucionais de bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) – são 22 ao todo; de Iniciação à Pesquisa-Ação (Pibip-Ação), com quatro graduandos; e de Iniciação Científica (Pibic). Também foi considerada a atuação dos estudantes em projetos submetidos aos programas de Ações Interdisciplinares (Painter) e de Iniciação Artística (Proinart), que ajudaram a dar volume aos relatórios enviados pelo coordenador, para a avaliação do curso. “São quesitos que estão nas dimensões avaliadas pelo MEC. Eles olham se tem projetos de pesquisa de natureza do Pibic ou de extensão”, detalhou o professor.
Parte dessa atuação discente pode ser vista ainda em atividades desenvolvidas com alunos de escolas da rede pública do ensino médio nos municípios de Palmeira dos Índios e Arapiraca, em trabalhos voltados para questões de gêneros orais argumentativos. Nos últimos anos, também foram ofertados cursos de Gramática e Elaboração de Projetos de Pesquisa para a comunidade acadêmica.
Avaliação do PPC e infraestrutura
O Projeto Pedagógico do Curso (PPCC) de Letras-Português, que também foi elogiado, é o mesmo utilizado desde a criação do Campus Arapiraca, em 2006, quando as graduações foram divididas entre disciplinas dos troncos inicial, intermediário e específico. No entanto, uma década após ser implantada a unidade, estão sendo feitas reformulações e o curso deve ter seu novo plano posto em ação a partir do semestre letivo 2016.1.
“Há mudanças com relação aos troncos; no inicial, as disciplinas que eram de 120 horas vão ter uma redução da carga horária, para que os alunos já tenham, no primeiro período, disciplinas específicas do curso. Porque na verdade esse desenho curricular está fazendo 10 anos e, agora, é um momento exato de se fazer uma reflexão sobre o impacto desse perfil do egresso”, comentou o docente.
A infraestrutura foi a única dimensão que deixou a desejar, segundo os avaliadores do MEC. A falta de laboratórios e a limitação dos espaços para abrigar os gabinetes de professores foram fatores negativos. “O que pesou foi a infraestrutura, em especial a falta de gabinetes, porque na época da avaliação, nós só tínhamos uma pequena sala para atender os professores. Mas, recentemente, com a entrega de um novo prédio no campus, o B2, a gente ganhou mais uma sala e melhorou, porque os docentes foram divididos entre os dois espaços”, destacou o coordenador.
Deywid também lembra que o trabalho da Pró-reitoria de Graduação (Prograd), no preparatório para o reconhecimento do curso, foi essencial para a boa pontuação obtida. “A própria Ufal tem um check-list, para que a gente prepare essa documentação e facilite o processo, que nem é tão simples assim. Como a gente tem um curso em que os professores são de três troncos e que não tem uma interligação, como aqueles do tronco específico, isso, de certa forma, administrativamente não é tão favorável”, observou.
Participação dos alunos rende bom conceito no Enade
Apesar de o resultado do Enade ainda não ter sido publicado, Deywid recebeu, nesta semana, a notícia de que nesse exame, o curso também recebeu nota 4. De acordo com o coordenador, não foram feitos esforços a mais para esse bom resultado e o conceito recebido foi um reflexo da participação séria de 100% dos alunos na realização da prova. “O máximo que a gente fez foi pedir para os alunos que tivessem interesse, buscassem o estilo da prova na rede, nada mais”, lembrou o professor.
A qualidade desses estudantes também pode ser notada no número de aprovações em mestrados. Dois deles conseguiram entrar em Programas de Pós-graduação da Ufal e da Universidade Federal de Sergipe. Outros conseguiram passar em concursos do Estado e de municípios, antes mesmo de terem concluído o curso. “A gente percebe que a formação dada para eles é uma formação boa, porque eles chegaram quase às notas máximas no Enade. Temos dois aprovados no mestrado, uma em concurso público, além de vários outros concursos que não são necessariamente ligadas à área do curso”, salientou o coordenador.
Para os próximos anos, os docentes do curso têm a intenção de ampliar os espaços para o desenvolvimento de pesquisas e para isso já estão elaborando um projeto de pós-graduação stricto sensu em Estudos da Linguagem.