Pesquisador de Oxford participa de debate na Ufal sobre renaturalização da caatinga

Proposta de 'recompor' a fauna é polêmica porque incluiria espécies exóticas


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Paul Jepson, de Oxford, participa de debate com pesquisadores na Ufal
Paul Jepson, de Oxford, participa de debate com pesquisadores na Ufal

Lenilda Luna - jornalista

Biólogos e ambientalistas da Universidade Federal de Alagoas e de outras instituições, como Ibama, Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e Cesmac, participaram de debate sobre Renaturalização (rewilding) no mundo e na Caatinga: possibilidades e desafios. O evento aconteceu nessa quinta-feira, 17, e teve a participação do pesquisador Paul Jepson, da Universidade de Oxford, Inglaterra.

Paul Jepson tem um extenso currículo em pesquisas sobre conservação ambiental e também já trabalhou com políticas públicas para a área de meio ambiente, no Reino Unido. Em sua exposição, ele apresentou propostas de recuperação de áreas degradadas que estão em curso nos países desenvolvidos e que podem servir de parâmetro para as experiências na caatinga brasileira.

Para debater com o pesquisador inglês, foi convidado o professor Jorge Luiz Lopes, do setor de Paleontologia do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) da Ufal. Jorge Luiz conhece bem a caatinga em Alagoas, onde realiza pesquisas em sítios paleontológicos nos municípios de Olho d'Água do Casado, Piranhas, Poço das Trincheiras e Maravilha.

Segundo Jhonatas Guedes, biólogo e um dos organizadores do evento, a proposta de reverter processos de degradação ambiental não é nova, mas na Europa os ambientalistas estão experimentando introduzir espécies que não eram nativas da região. "Essa é a questão que chama a atenção para esse debate, já que no Brasil, a nossa legislação não permite a introdução de espécies exóticas ao ecossistema", explicou o biólogo.

Apesar da barreira da língua, já que a exposição do professor Paul Jepson foi toda em inglês, muitas perguntas foram feitas para entender melhor a questão da renaturalização. "Sabemos que aqui na América Latina tem algumas experiências no Chile. Entre os biólogos brasileiros existe uma preocupação muito grande com a proteção de espécies nativas. Estou curioso para saber como funciona essa proposta de introduzir outras espécies nesse processo de recuperação de áreas de proteção ambiental", ressaltou Guedes.

O evento é uma realização do Laboratório de Conservação no Século 21 e do Programa de Pós-graduação em Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos. Fez parte do programa de internacionalização da pós-graduação.