Aprovado em primeiro lugar em Medicina destaca importância dos estudos para conquistar oportunidades

Felipe Mendonça Rocha Barros, de apenas 18 anos, veio de Palmeira dos Índios para realizar a pré-matrícula na Ufal


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Felipe foi aprovado em primeiro lugar em Medicina na Ufal
Felipe foi aprovado em primeiro lugar em Medicina na Ufal

Lenilda Luna - jornalista

Desde que foi aprovado em primeiro lugar no concorrido curso de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a vida de Felipe Mendonça Rocha Barros, 18 anos, tem sido de muita comemoração. Festa com os amigos, com a família e até algumas entrevistas para a imprensa local animaram a semana do jovem.

O estudante de Palmeira dos Índios confessa que o seu sonho mesmo era cursar Física fora de Alagoas, mas por questões financeiras, optou por tentar Medicina na Ufal e está muito feliz com o resultado. "Sempre fui apaixonado por Física e queria cursar na USP [Universidade de São Paulo], mas devido a distância e custos financeiros, decidi, com o apoio da família, fazer Medicina na Ufal, pois é um curso que oferece muito mais oportunidades e em Maceió ficaria mais perto de casa", explica Felipe.

Felipe disse que não fez cursinho preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ele cursou o ensino fundamental em escolas particulares de Palmeira dos Índios e, em 2012, iniciou o ensino técnico integrado com o ensino médio no Instituto Federal de Alagoas (Ifal) na mesma cidade. "Só comecei a estudar para o Enem em 2015. Tinha que dividir meu tempo em aula pela manhã, monitoria de Física à tarde, no próprio Instituto, e estudos à noite na minha casa, onde passava de 3 à 4 horas, apenas com livros e computador", relata o estudante.

Apesar de estudar bastante, Felipe garante que manteve uma boa convivência com a família e os amigos. "Nunca me privei da vida social, continuei saindo com os amigos, indo à shows, viagens... Então, acredito que esse resultado não foi fruto dos 10 meses de estudo, mas sim de toda uma vida escolar de dedicação, desde o ensino fundamental. Fiquei com média de 811,72 pontos, sendo 980 na redação", comemora o novo estudante de Medicina da Ufal.

O primeiro lugar surpreendeu o estudante, que apesar de ter estar concluindo o ensino médio em uma instituição pública, preferiu não se inscrever pelo sistema de cotas. "Mesmo assim, considero que as cotas são importantes para a democratização do ensino superior no Brasil. Fiz inscrição nas últimas horas do Sisu, e até então tinha como primeira opção, Física. Não foi uma decisão fácil de ser tomada, optar por Medicina. Fiquei muito surpreso com o primeiro lugar e de lá pra cá tem sido só comemoração e muito descanso", conta Felipe.

Nova jornada

Felipe esteve na Ufal para a confirmação da pré-matrícula. As aulas do primeiro semestre letivo de 2016 só devem começar em junho, de acordo com a alteração do calendário acadêmico por conta da prolongada greve de 2015. "Fiquei encantando com o tamanho da Cidade Universitária, com toda a estrutura e com as pessoas de todos os tipos e de diferentes experiências. Acredito que essa troca de conhecimento que o campus proporciona ajuda muito na formação como cidadão. Ainda não tive oportunidade de conhecer a Famed [Faculdade de Medicina] e o HU [Hospital Universitário], mas espero que seja em breve", destaca o estudante.

Ele vai continuar morando em Palmeira dos Índios e só pretende mudar para Maceió quando o início das aulas estiver mais próximo. "Gostaria de ressaltar a importância de instituições como o Ifal e a Ufal, principalmente em nossa região, que não oferece muitas perspectivas para melhorar as condições de vida. Agora a expectativa é de me formar e me tornar um excelente profissional, que faça a diferença e ajude muitas pessoas. Apesar de não ser meu sonho, espero me identificar com o curso e aproveitar muito essa oportunidade", concluiu o estudante.

Confira também a entrevista de Felipe para a Gazetaweb.