Aberto oficialmente o Circuito Penedo de Cinema
Depois da solenidade, público acompanhou os primeiros filmes da Mostra Competitiva do 6° Festival de Cinema Universitário de Alagoas e exibição do documentário Pitanga
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Deriky Pereira – jornalista colaborador com fotos de Paulo Accioly
A solenidade oficial de abertura do Circuito Penedo de Cinema foi realizada na noite da última terça-feira (29) e encheu a Sala de Exibições montada na Praça 12 de Abril, com diversas participações especiais. Na sequência da abertura, o público presente assistiu aos sete primeiros filmes da Mostra Competitiva do 6° Festival de Cinema Universitário de Alagoas e a exibição especial do filme Pitanga (2016), que contou ainda com a presença do diretor Beto Brant.
Na abertura, representando a Secretaria de Estado da Cultura (Secult-AL), Paulo Poeta recordou que já esteve em outros eventos de Cinema e destacou que era um sonho antigo de todos os realizadores que o Circuito passasse a ter o formato que tem agora. Ele falou, ainda, da importância do Festival Brasileiro de Cinema que, em sua 9ª edição, retorna à Penedo depois de 34 anos.
“Desde que o governador Renan Filho assumiu o mandato, estava inserida essa volta do Festival Brasileiro. Nós apoiamos o evento ano passado, ainda como Festival Universitário e assim foi feito para que a gente possa retomar, a partir daqui, o Nacional, que é um dos Festivais mais importantes do Brasil. O Circuito, agora, é um evento mais sólido e o cinema, em si, é importante para o Estado. O cinema é uma indústria, que emprega gente, gera Produto Interno Bruto [PIB] e, mais do que uma arte, é um processo industrial”, disse Poeta.
O secretário de Cultura de Penedo, Hugo Menezes, reforçou que o evento, consolidado nos cenários municipal e estadual, já está inserido nos calendários culturais de ambos. “Promove a divulgação de Penedo, gera uma riqueza econômica considerável e proporciona a arte do audiovisual para os amantes desse segmento cultural. Todos os parceiros entendem a contribuição do evento para a cidade, para o Estado, além de trazer o resgate tradicional de identidade cultural da cidade, da importância para o desenvolvimento econômico da região”, frisou Hugo Menezes.
O professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Sérgio Onofre, coordenador geral do Circuito Penedo de Cinema, falou de toda a equipe que está trabalhando em prol do evento, ressaltou que é uma equipe nova e agradeceu ao empenho de todos. “Nossos alunos, ex-alunos, hoje profissionais, são responsáveis por tudo isso que vocês estão vendo aqui”, seguido por palmas dos presentes.
Ele também agradeceu aos parceiros e destacou que, mesmo passando por um forte momento de crise, todos praticamente dobraram sua participação financeira. Além disso, reforçou a importância do apoio do Governo na volta do Festival Brasileiro. “O retorno do Festival de Cinema Brasileiro hoje se consolida e só foi possível graças ao suporte financeiro do Governo de Alagoas. O Circuito Penedo de Cinema é um evento do estado de Alagoas e está cadastrado como um evento que terá continuidade e não o deixaremos morrer”, disse emocionado.
O vice-reitor da Ufal, José Vieira, também presente na abertura, ratificou que essa é uma oportunidade interessante de ver como Penedo se transforma para a realização do Circuito. Falou sobre a produção universitária e destacou, ainda, o apoio da Universidade, que mantém um grande número de equipamentos culturais em Alagoas. Vieira também ressaltou que o Circuito oferece diferentes temáticas de cinema para o povo de Penedo, de Alagoas e do Brasil e enfatizou o compromisso da Universidade com a promoção de atividades culturais do Estado.
“Mesmo com as atuais dificuldades orçamentárias e financeiras, a Ufal é, ao lado do Estado, a grande promotora de eventos na parte acadêmica e cultural de Alagoas. Além disso, a instituição tem uma política de apoio às artes e às atividades culturais no Estado. Acho que o Circuito pode ajudar a promover e consolidar Penedo como uma rota de eventos no campo da cultura e, nesse momento, há um encontro feliz de vontades e de desejos da Universidade, dos gestores municipais, do Governo do Estado e das comunidades acadêmica e local”, comentou o vice-reitor.
Mostra Competitiva
Logo depois de realizada a solenidade de abertura do Circuito Penedo de Cinema, quem estava na Sala de Exibições acompanhou os sete primeiros filmes da Mostra Competitiva do 6° Festival de Cinema Universitário de Alagoas.
Foram exibidos os filmes: Bumba Meu Jaraguá; Cuscuz Peitinho; Obra Autorizada; Tatame; Memórias de Areia; e Ingride Janaina Overdrive. Cada pessoa que entrou na Sala recebeu uma cédula de votação para escolher apenas um daqueles que considerassem como melhor filme da noite.
A Mostra Competitiva do Festival Universitário prossegue até esta quinta-feira, das 19h às 21h, na Sala de Exibições montada na Praça 12 de Abril. Aberta ao público, toda a exibição de filmes é gratuita e todos ainda têm direito a uma boa pipoca.
Pré-estreia de Pitanga
A noite de abertura foi encerrada com a pré-estreia do documentário Pitanga, produção que retrata a vida artística do ator Antônio Pitanga. Na ocasião, o diretor Beto Brant se mostrou emocionado de estar presente no local. “Essa é uma sessão muito especial para todos nós, às margens do São Francisco, porque a Camila e o Pitanga viveram uma tragédia há alguns meses. Se o espírito do Domingos [Montagner, falecido há cerca de um mês] estiver por aqui, seja bem-vindo. Vamos dedicar a sessão a ele”, disse.
Segundo o diretor, o filme começou a ser pensado em 2013, depois de um trabalho seu com a atriz Camila Pitanga, visto que os dois já tinham o pensamento de fazer um documentário sobre Antônio. Foi a partir daí que iniciou toda a pesquisa para o material e o filme começou a ser rodado no ano seguinte, em 2014. Para ele, um dos destaques do documentário é mostrar um Antônio Pitanga diferente daquilo que muitos conhecem.
“O Pitanga, para uma geração mais jovem, é conhecido como o pai da Camila Pitanga. Hoje vocês vão conhecer a Camila, que teve a sorte de ser filha desse homem iluminado. Pra mim, o mais importante são os laços de afeto. Esse filme fala disso. Os grandes efeitos especiais dele são os encontros, a química dos encontros. E a gente conseguiu juntar um elenco impossível de ser junto”, revelou Beto Brant.