Cerimônia de abertura do Caiite em Arapiraca contou com palestrante da UFMGTe
Permeabilização das fronteiras disciplinares: iniciativas e rupturas na UFMG foi a palestra proferida pelo convidado de honra
- Atualizado em
Janaina Alves – relações públicas
O planetário de Arapiraca foi o palco para a noite de abertura oficial do Caiite 2016 na cidade. Na última segunda-feira (12), alunos, servidores, técnico-administrativos e convidados se reuniram para prestigiar não só a comissão organizadora, como também o convidado especial para a conferência de abertura, o professor da UFMG, Estevan Las Casas.
Estiveram presentes o vice-reitor da Ufal, José Vieira da Cruz, o vice-reitor da Uneal, Clébio Costa, o coordenador local do evento, Júlio Bispo, o diretor acadêmico do Campus Arapiraca, Arnaldo Tenório; e Deiseane Matos, representante da Secretaria Municipal de Educação.
Júlio Bispo abriu o evento relembrando da importância da celebração da integração entre as instituições envolvidas, num movimento de transdisciplinaridade entre os 17 cursos da Ufal e os 11 cursos da Uneal. Em seguida, falou o diretor acadêmico do Campus Arapiraca, Arnaldo Tenório, que reforçou que o razão do Caiite é para que a comunidade acadêmica e a sociedade arapiraquense possam se aproximar da academia, na discussão de assuntos que são do interesse de todos.
Tenório também ressaltou a parceria entre as instituições mesmo num momento em que elas enfrentam um cenário de greve e ocupações e, sobretudo, a adesão dos alunos que não mediram esforços para que o evento acontecesse, tendo, inclusive, ajudado na montagem da estrutura nos locais que receberiam as atividades.
Para o vice-reitor da Uneal, Clébio Costa, o diferencial desta edição do Caiite é que a instituição participou enquanto produtora e efetivamente realizadora do evento, e não somente como convidada como aconteceu em edições anteriores. Ele relembrou os desafios que foram superados desde as reuniões iniciais até o resultado obtido. Comentou as dificuldades logísticas pelo fato de que quatro dos seus seis campi estarem ocupados, mas ponderou: “a superação possibilitou algo maravilhoso que é o sentido de unidade e parceria”, relatando a união entre as duas instituições de ensino.
“Tenho certeza de que outras parcerias vão acontecer e não vejo mais motivos para a Ufal e a Uneal andarem separadas daqui para frente”, disse.
Encerrando a cerimônia, José Vieira recordou a dificuldade de construir um novo modelo para o Caiite, mas que segundo ele, somente foi possível em função da aproximação entre as instituições públicas de ensino. Vieira também agradeceu o consenso entre os estudantes do movimento de ocupação e agradeceu a participação de todos os envolvidos na realização do evento. “Uma universidade não existe sem estudantes; aliás, ela existe para vocês”, se dirigindo aos alunos presentes na abertura.
E concluiu sua fala lançando um desafio a todos: “nosso dever é ajudar a universidade pública a passar por essa crise. Para apresentar a sociedade outros projetos e outras possibilidades. Não existimos para apenas reproduzir conhecimento, mas para debater e fortalecer o conhecimento crítico e responsável”, finalizou.
Conferência de abertura
O professor Estevan Barbosa de Las Casas foi o convidado de honra para a noite de abertura do Caiite em Arapiraca. Ele é engenheiro formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutor pela Purdue Universty, nos Estados Unidos, em Engenharia de Estruturas. Atuou como professor convidado na Universidade Politécnica da Catalunha, no período de 1995 a 96 e atualmente é professor titular no Departamento de Engenharia de Estruturas da UFMG e diretor do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (IEAT).
A palestra do professor Las Casas intitulada Permeabilização das fronteiras disciplinares: iniciativas e rupturas na UFMG,contemplou as experiências vividas à frente do IEAT. Ele abordou a mudança no processo de ensino na graduação pelo qual a UFMG passou e comparou este modelo com o adotado pelo Campus Arapiraca, que trabalha com a metodologia de troncos iniciais para os cursos de graduação.
Para ele, o conceito de transdisciplinaridade rege esse modelo de ensino e consiste na noção de que o todo é maior que a parte, sendo, portanto, um contraponto à ideia das especialidades no ensino superior num movimento de transgressão das fronteiras disciplinares.
Concluiu com explicação da diferença entre multi, pluri, inter e transdisciplinaridade, reforçando que a atuação em pesquisas transdisciplinares compreendem a visão do mundo presente, estando o objeto de estudo, ao mesmo tempo, entre, através e além das disciplinas isoladas, no processo em que as pesquisas se tornam complementares e não antagônicas.