Gênero, intersexualidade e preconceito são temas abordados no Caiite 2016
Discussão partiu da importância de debater assuntos de identidade de gênero, racismo, preconceito, homofobia e transfobia
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Cairo Martins – estudante de Jornalismo
Na tarde da última quinta-feira, (8), seguindo as atividades do Congresso Acadêmico Integrado de Inovação e Tecnologia (Caiite) aconteceu a mesa-redonda Transgredindo gêneros e sexualidade: um diálogo interseccional, que ocorreu no auditório da Biblioteca Central da Ufal.
A discussão inicial partiu da importância de debater assuntos de identidade de gênero, racismo, preconceito, homofobia e transfobia. Mesmo estando em meio acadêmico ainda é possível perceber o distanciamento da comunidade acadêmica com produção de artigos e pesquisas baseados nesses temas. “Essa ideia de pluralidade na universidade ainda está muito no discurso, então, as práticas racistas, lgbtfóbicas e machistas, podem partir de estudantes, professores e, é uma discussão que precisa ser feita. E a gente têm uma sociedade plural e precisa discutir a diversidade”, ressaltou a doutora em Educação Ana Cristina Santos.
Aproveitando o ensejo, Cristina abrange seu debate a partir do tópico A Interseccionalidade na perspectiva de corpos negros, e afirma a relevância de como esse tema precisa ser debatido. “Nós vemos algumas pessoas com privilégios, a partir do seu pertencimento social, racial e a partir da sua orientação sexual. Então essas pessoas vão alcançando lugar de privilégios e outras vão ficando marginalizadas”, afirmou.
Já o tema Discurso biomédico, legalidade e busca de direitos, foi o ponto abordado pelo mestre em Sociologia, Éden de Lima, que trouxe em sua argumentação a forma como esse discurso acaba gerando uma cidadania precarizada. O objetivo da atividade foi tornar ampla a discussão acerca deste ponto, uma vez que ainda é necessário esclarecer muitas questões acerca das pessoas lgbts e sobretudo das pessoas transsexuais, paraque possam ter seus direitos garantidos.
A abordagem de temas como esse traz para a universidade um olhar diferenciado, conscientizador para o público-alvo. “E sobretudo é de fundamental importância a universidade parar para pensar de como esses conhecimentos estão sendo construídos e como estão sendo hierarquizados, influenciando, na vida e no bem-estar dessas pessoas” afirmou Éden Lima.