Professor de Física alcança o maior nível de produtividade em Pesquisa do CNPq

Lenilda Luna - jornalista 

Mais um reconhecimento importante para o Instituto de Física (IF) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que tem 41 anos de criação. A unidade acadêmica que se destaca pela produtividade científica e de extensão, tem agora um professor com bolsa PQ 1-A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq): o professor Marcelo Lyra. A PQ 1-A é "destinada aos pesquisadores que se destaquem entre seus pares, valorizando sua produção científica segundo critérios normativos, estabelecidos pelo CNPq, e específicos, pelos Comitês de Assessoramento (CAs) do CNPq", segundo informa o portal do Conselho. 

A notícia foi comemorada não só pelo IF, mas por toda a universidade, já que a instituição ganha em credibilidade quando a produção de seus pesquisadores é reconhecida por agências de fomento e entidades do mundo científico com critérios rigorosos de avaliação. "É o topo da carreira de um pesquisador no CNPq. Uma bolsa que dura cinco anos e é um reconhecimento à qualidade da carreira científica", comemorou Alejandro Frery, Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação (Propep). 

Marcelo Lyra tem experiência na área de Física, com ênfase em Equação de Estado, Equilíbrio de Fases e Transições de Fase, atuando principalmente com localização de Anderson, cristais líquidos, sistemas dinâmicos estocásticos e transições de não-equilíbrio. "Venho pesquisando sobre diversas propriedades, elétricas, magnéticas, ópticas, mecânicas e termodinâmicas da matéria. Durante minha carreira acadêmica, desenvolvida inteiramente na Ufal, publiquei mais de duzentos artigos científicos em revistas de circulação internacional", informa o professor. 

O portal do CNPq destaca que, entre as qualidades para esse reconhecimento, além da qualidade da pesquisa, é preciso demonstrar liderança e contribuição de relevância na comunidade científica internacional. Esses critérios são cumpridos pelo pesquisador da Ufal. "Mantive colaborações científicas com pesquisadores de outras instituições do Brasil e do exterior, mas tendo sempre a perspectiva de consolidar um grupo ativo de pesquisadores em Física na Ufal e um programa de pós-graduação de excelência, como hoje é reconhecida a do IF. Algumas das teorias físicas desenvolvidas por nossa equipe foram objeto de experimentos científicos realizados na Europa e nos Estados Unidos", destaca Marcelo Lyra. 

Na prática, essa bolsa abre novas possibilidades em pesquisa para a Ufal. "Por ser um selo de experiência científica e reconhecimento de inserção nacional e internacional, os pesquisadores nível PQ 1A podem coordenar grandes projetos de pesquisa em rede e, portanto, captar um volume maior de recursos para pesquisa em sua instituição. Além disso, geralmente os programas de pós-graduação necessitam ter em seus quadros pesquisadores 1A para serem classificados pela Capes nos níveis mais altos (6 ou 7). O programa de pós-graduação em Física da Ufal tem atualmente conceito 5", explica o professor. 

Para o Instituto de Física, o reconhecimento ao professor é somado à uma série de conquistas, como a do professor Francisco Fideles, que superou mais de mil citações em artigos científicos em 2014; ou do professor Rodrigo André Caetano, que publicou um artigo no periódico Physical Review Letters; ou a realização de importantes encontros científicos internacionais em Maceió. Além das várias realizações, outros dois docentes do IF foram promovidos na carreira de pesquisador: Francisco Fidelis e Eduardo Fonseca. 

As conquistas são consideráveis, já que o Instituto de Física da Ufal é um dos menores do país. "Para expandirmos nossa atuação visando o reconhecimento do IF como um núcleo de referência, é preciso crescer o corpo docente com qualidade e melhorar nossas instalações físicas. A construção em andamento de um novo espaço físico para o programa de pós-graduação é um passo importante nesta direção. O concurso para professores visitantes também permitirá o crescimento do corpo docente de forma mais criteriosa. O reconhecimento da comunidade científica de nosso esforço motiva os pesquisadores mais jovens a dar continuidade à história de sucesso do IF", concluiu Marcelo Lyra.