Abertura da Mostra do Teatro do Oprimido é sucesso de público

Simoneide Araújo - jornalista colaboradora

A abertura da 4ª Mostra Alagoana do Teatro do Oprimido foi sucesso de público. Integrantes do Movimento Sem Terra (MST), universitários, alunos da rede municipal do interior, educadores, professores e atores prestigiaram o evento, que contou com a presença da reitora Valéria Correia e da pró-reitora Estudantil Analice Dantas e do coordenador de Assuntos Culturais da Pró-reitoria de Extensão, Ivanildo Piccoli.

O evento é uma realização da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Laboratório Alagoano do Teatro do Oprimido (Lato) e acontece no Espaço Cultural, na Praça Visconde de Sinimbu. Valéria Correia destacou que fez questão de prestigiar a Mostra e ainda se colocou à disposição para colaborar com as ações do projeto. Ela falou que o Lato pode contar com o apoio da Reitoria. Valéria também participou da sessão de autógrafos da escritora Bárbara Santos, brasileira, radicada atualmente na Alemanha, que lançou o livro Raízes e Asas do Teatro do Oprimido: uma teoria da práxis.

Para o coordenador do Lato e da 4ª Mostra, Udson Pinheiro, o evento está sendo um momento importante pela diversidade das atividades que acontecem até esta quarta, 23. No primeiro dia (22), participaram pessoas atendidas pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps), integrantes do MST e alunos da Escola Municipal Manoel Martins dos Anjos, do povoado Ipueiras, de Estrela de Alagoas.

Durante as atividades, os participantes puderam assistir a um documentário amador sobre o Teatro do Oprimido na Saúde Mental e interagiram com o grupo de teatro Os loucos também amam, de Palmeira dos Índios-AL, que apresentou Dandara Guerreira e a Praça do Skate.

Udson Pinheiro, aluno do curso de licenciatura em Teatro da Ufal, coordena o Lato e a 4ª Mostra, junto com o professor Ivanildo Piccoli. Ele destaca que a participação de Bárbara Santos foi muito importante e que sua fala foi muito esclarecedora. "Bárbara deu uma aula-espetáculo e interagiu com o público. É muito bom poder trocar ideias com alguém que tem tanta experiência sobre essa temática de TO como a Bárbara", ressaltou.

Antes do lançamento do livro, Bárbara Santos participou de uma roda de conversa e fez atividade interativa com o público. Ela é socióloga de formação, já trabalhou como educadora e integrou uma equipe multidisciplinar no Rio de Janeiro, que acompanhava os professores da rede de ensino, com discussão sobre a democratização do espaço-escola.

Teatro do Oprimido

O TO é uma metodologia criada pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, que, por meio de jogos, exercícios e técnicas, lúdicos e acessíveis a atores e não-atores, visa a expansão das capacidades intelectuais e corporais de seus participantes e sua ativação social, sendo praticada atualmente em mais de 70 países nos cinco continentes. Por meios estéticos com ênfase no teatro, o TO se propõe a fomentar o diálogo plural e democrático, sobre situações de conflito, desigualdade e injustiça verdadeiramente vivenciadas pelos participantes, em busca de superá-las coletivamente.

Desde 2009, com a perspectiva de desenvolver o TO no Alagoas, o Lato realiza cursos de curta, média e longa duração, para comunidades periféricas, estudantes de escolas públicas, universitários, servidores do Sistema Único de Saúde (SUS), movimentos sociais como o MST, LGBT, estudantil, feminista e sindical.

PROGRAMAÇÃO

Quarta, 23 de março

14h - "Vamos Fugir!", peça de Teatro-Fórum, do Grupo de Teatro da Escola Municipal Manoel Martins dos Anjos, Povoado Ipueiras, Estrela de Alagoas.
15h - Exibição do documentário O Teatro do Oprimido de Augusto Boal, de Zelito Viana.
16h - Apresentação do Teatro-Fórum Entre Pratos e Panelas, com o Lato.
17h - Café regional
17h40 - Roda de conversa sobre o TO em Alagoas, coordenada por Barbara Santos: 1. Diálogo sobre as peças apresentadas; 2. Avaliação da Mostra; 3 Próximos passos.
18h30 - Encerramento com apresentação musical.