Assembleia estudantil movimentou o Campus do Sertão
Cerca de 300 estudantes reuniram-se no auditório e relataram problemas à gestão
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Lenilda Luna - jornalista
Os trabalhos da Reitoria Itinerante no Campus do Sertão foram encerrados na noite de sexta-feira (18) com uma assembleia estudantil, reunindo cerca de 300 alunos. Eles relataram à reitora Valéria Correia, ao vice-reitor, José Vieira, e aos demais integrantes da gestão os principais problemas enfrentados por eles.
Os relatos começaram sobre o próprio auditório onde a assembleia estava sendo realizada. Inaugurado em dezembro do ano passado, o local não resistiu à primeira chuva forte e algumas placas do teto soltaram. "Além disso, é preciso fazer a manutenção dos equipamentos de ar condicionado no auditório e nas salas de aula, porque não temos condições de suportar esse calor do sertão sem a climatização dos ambientes", destacou um dos estudantes durante a assembleia.
Outras questões como as dificuldades de transporte entre a cidade e o campus, a necessidade de funcionamento do restaurante universitário e a reivindicação de uma residência universitária foram colocados pelos estudantes. Mas, a preocupação mais destacada foi com a deficiência no quadro de professores. "No curso de História não temos professores suficientes para substituir os que se afastam para qualificação. Eles têm o direito de fazer o doutorado, mas eu preciso terminar a minha graduação", contestou o estudante Reinaldo Queiroz.
No curso de Engenharia Civil, a questão da insuficiência de professores também foi destacada. "Muitas vezes ficamos o semestre sem cursar uma disciplina que é pré-requisito para seguir adiante. Nos sentimos muito prejudicados e com medo de não terminar o curso dentro do período previsto. Além disso, é preciso reforçar a segurança na Biblioteca. Percebemos que alguns livros estão sumindo do acervo", denunciou a estudante Cecília Moreira.
Respostas da gestão
A reitora Valéria Correia explicou que a expansão das universidades aconteceu de forma precarizada, ou seja, novos campi foram inaugurados e cursos aprovados sem todas as condições para oferecer qualidade e assistência aos estudantes. "Estamos enfrentando as sequelas desse processo num período de cortes de verbas para a educação, mas vamos buscar solucionar as questões urgentes e garantir esse espaço de diálogo permanente com os estudantes", declarou a reitora.
A abertura para ouvir as reivindicações estudantis também foi destacada pela pró-reitora de Graduação, Sandra Paz. "Nessa universidade, nunca mais um estudante será criminalizado por reivindicar seus direitos. Não haverá mais processos contra as ocupações, como a manifestação justa que vocês estão fazendo aqui no Campus do Sertão", declarou a pró-reitora, sob aplausos dos estudantes.
Algumas questões técnicas foram explicadas por integrantes da gestão, para compreensão de que algumas reivindicações devem levar mais tempo para serem atendidas. "O prédio do restaurante universitário foi inaugurado sem nada para funcionar. O custo de alimentos está orçado em R$ 150 mil por mês. Para os equipamentos, são necessários R$ 113 mil. É preciso criar vaga de nutricionista, que deve ser preenchida por concurso público, além dos cerca de 30 funcionários que são necessários. O único processo que ficou encaminhado foi o de aquisição de mesas e cadeiras. O restante ainda está por ser feito", explicou a professora Edna Bezerra, coordenadora de ações acadêmicas da Proest.
A pró-reitora Estudantil, Analice Dantas, destacou o compromisso da gestão de manter a abertura de diálogo com os estudantes, buscando a solução dos problemas. Ela ressaltou também o entendimento da equipe de não exigir contrapartida de trabalho para as bolsas estudantis. "As bolsas são uma contribuição para a permanência de vocês em sala de aula. Vamos buscar as formas de ampliá-las para atender o maior número de estudantes. A contrapartida de vocês é estudar, pesquisar e participar de atividades extensionistas importantes para a formação acadêmica", enfatizou.