Cesta básica em Santana do Ipanema apresenta aumento de janeiro para fevereiro

Levantamento feito por pesquisadores da Ufal aponta aumento de 1,65% entre um mês e outro


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Equipe faz levantamento do preço da Cesta Básica em Santana do Ipanema
Equipe faz levantamento do preço da Cesta Básica em Santana do Ipanema

Deriky Pereira – estudante de Jornalismo

Moradores de Santana do Ipanema devem ficar atentos. O levantamento feito por pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) no município revela que o valor da cesta básica apresentou aumento de 1,65% de janeiro para fevereiro. Com isso, de acordo com os pesquisadores, o conjunto de produtos consumidos por um cidadão santanense passou de R$ 277,34 do primeiro mês do ano para R$ 281,91 no segundo.

No entanto, mesmo com o aumento do custo da cesta básica em fevereiro, o trabalhador remunerado com o piso nacional apresentou aumento em seu poder de compra. Ressalta-se, que este fato deve-se ao novo salário mínimo, no valor de R$ 880,00 e que entrou em vigor a partir de 1º de janeiro de 2016, cujo reajuste foi de 11,6%, um aumento superior ao registrado pela cesta básica”, explica o professor Fabrício Rios, coordenador da pesquisa.

Dos 12 produtos que compõem a ração essencial mínima, seis registraram variações positivas. Em fevereiro, o destaque vai para o açúcar, que teve elevação de 5,87%. “Outros produtos a registarem variações positivas em fevereiro foram: carne (5,48%), manteiga (3,67%), óleo (3,08%), pão francês (1,33%) e leite integral (1,21%). Por outro lado, o produto que registrou maior variação negativa foi à farinha (4,20%). Outros cinco produtos registraram variações negativas: legumes (tomate) (1,32%), feijão (1,09%), fruta (banana) (0,87%), arroz (0,48%) e café em pó (0,34%)”, informa a nota técnica.

Esse aumento deve-se principalmente à valorização dessa commodity no mercado internacional (Bolsa de Valores de Nova Iorque e Londres), que estimulou as exportações em detrimento ao abastecimento interno e as fortes chuvas que atingiram as regiões produtoras de cana-de-açúcar, prejudicando produção e produtividade. A junção desses fatores resulta em uma menor oferta doméstica e consequente aumento de preço; já o aumento do preço da carne decorreu da desvalorização do real frente ao dólar, o que torna as exportações mais lucrativas em relação ao atendimento ao mercado brasileiro”, diz o pesquisador.

O levantamento explica ainda que o levantamento deste mês estipulou quanto seria o desembolso para sustento mensal de uma família formada por quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, que equivale a um adulto): R$ 845,73, comprometendo 96,11% do salário mínimo bruto.

 

Sobre o Projeto

Intitulado Acompanhamento do Custo da Cesta Básica no Município de Santana do Ipanema/AL, o projeto teve início por meio do Programa de Ações Interdisciplinares (Painter), em 2014. O Programa chegou ao fim, mas os pesquisadores decidiram seguir com a análise, cujos resultados obtidos são divulgados no final de cada mês por meio de uma nota técnica que revela a variação de preços entre os produtos pesquisados e do valor total da cesta básica.

A metodologia utilizada é a mesma empregada pelo Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Socioeconômicos (Dieese) que, segundo o professor Fabrício Rios, coordenador do projeto, utiliza a Estrutura de Despesa do Salário Mínimo para famílias que recebem até três salários e a Composição da Cesta Básica Mínima do Trabalhador, que tem por base uma cesta de 12 ou 13 alimentos a depender da região analisada, conforme definida pelo Decreto-Lei nº 399 de 1938.

A análise é extremamente importante para a população, pois permite verificar o impacto da variação dos preços dos alimentos (cesta básica) sobre o salário, diagnosticando se houve perda ou ganho do poder de compra. Em posse dessa informação, a população poderá recompor sua cesta de alimentos com produtos similares de menor preço”, explica Fabrício Rios.

O levantamento revela ainda o tempo necessário para o trabalhador adquirir a cesta básica que, em fevereiro, diminuiu para 70 horas e 29 minutos; em janeiro, eram 77 horas e 26 minutos. “Além disso, o comprometimento do rendimento líquido foi em média 38,26%, ponderado por R$ 724,96, que era o salário mínimo líquido. Já em fevereiro de 2016, tomando como base o novo salário mínimo líquido, R$ 809,60, deduzido os 8% da Previdência Social sobre o salário bruto de R$ 880,00, o comprometimento do rendimento líquido passou para 34,82%”, conclui o pesquisador.

Confira em anexo a nota técnica de fevereiro para mais detalhes.