Chefe de gabinete defende mais diálogo e menos burocracia
Fernando Antonio Mesquita de Medeiros assume a articulação política da reitoria com a comunidade universitária
- Atualizado em
Lenilda Luna - jornalista
Fernando Antonio Mesquita de Medeiros é formado em História pela Universidade Federal de Alagoas e tem mestrado em História pela Universidade Federal de Pernambuco. Ele começou a ensinar na Ufal em 1998, como professor substituto. Em 2000, foi aprovado em concurso como professor de estágio supervisionado no ensino de História. Ele também foi coordenador do curso de Pedagogia da Ufal e coordenador do Fórum ProArquivos.
A militância política de Fernando começou nos movimentos populares da Igreja Católica, influenciado pela Teologia da Libertação, que propôs aos cristãos uma "Opção preferencial pelos pobres", a partir da década de 70, ainda sob o regime militar. Um período em que as pastorais da Igreja atuaram decisivamente na abertura política do país. "Fui militante da Pastoral de Juventude do Meio Popular nos anos 1990", relata o chefe de gabinete.
Quando entrou para a graduação na Ufal, a militância eclesial se somou à atuação no movimento estudantil. Em seguida, veio a militância no movimento docente desde o ingresso na Universidade como professor substituto. A área de pesquisa em que ele atua é fruto dessa história de militância. "Pesquiso sobre a esquerda católica, esquerda no Brasil República e a atuação da esquerda católica com o surgimento da Teologia da Libertação", destaca Fernando.
Outra Ufal é Possível
Fernando Medeiros ressalta que a escolha dele para a chefia de gabinete é uma referência ao compromisso político com o grupo que construiu a candidatura da professora Valéria Correia e do professor José Vieira. "Esse processo começou ainda antes de 2010, quando apresentamos a candidatura da professora pela primeira vez. Coordenei essa primeira campanha ao lado do professor Adriano Nascimento", relembra Fernando.
Depois da campanha, onde a diferença de votos para a candidatura vitoriosa foi pequena, o grupo não se desfez. "Mantivemos a articulação política e acumulamos forças, organizando professores, estudantes e técnicos. A candidatura da professora Valéria se consolidou e venceu em 2014, com uma proposta de gestão democrática, transparente, crítica e autônoma", enfatizou.
Fernando Medeiros destaca que a sua atuação na chefia de gabinete é muito mais de articulação política do que técnica. “Temos no gabinete profissionais bastante competentes para avaliar contratos e questões jurídicas, então por mais que eu também me envolva com despachos de processos, meu papel é de facilitar o diálogo da reitoria com a comunidade acadêmica e com a sociedade alagoana”, destaca Medeiros.
Uma gestão fora do gabinete
Para o chefe de gabinete, o principal desafio é retirar a gestão de dentro da Reitoria para ter uma relação mais direta com a comunidade universitária. "Queremos estreitar contatos com todos os segmentos da Ufal. Tivemos encontros com estudantes para encaminhar demandas que vieram da gestão anterior, como a questão das Casas de Cultura. Estamos avaliando juntos como enfrentar esse e outros problemas", relata Fernando.
Essa flexibilidade para sair da mesa de despachos e caminhar pelo campus é a proposta defendida pelo chefe de gabinete e por todo o grupo da gestão da reitora Valéria Correia e do vice-reitor José Vieira. "Queremos garantir que o peso da estrutura administrativa não limite os reitores, de forma que eles consigam sair do gabinete para participar do dia a dia da Universidade", finaliza.