Comunidade universitária e movimento social debatem sobre a privatização da Saúde

Lenilda Luna - jornalista

A comunidade acadêmica se reuniu na manhã desta segunda-feira (21) no auditório do Centro de Interesse Comunitário para um debate que teve como tema Formas de privatização da política de Saúde: dos impactos às resistências. O evento foi promovido pela Faculdade de Serviço Social em parceria com o Fórum Alagoano em Defesa do SUS e Contra a Privatização; e pelo Grupo de Pesquisa e Extensão Políticas Públicas, Controle Social e Movimentos Sociais.

Na abertura do debate, a reitora Valéria Correia avaliou o atual momento político do país. "Temos críticas ao atual governo, que retrocedeu em algumas políticas públicas, aliando-se com setores conservadores para garantir a governabilidade. Mas nem por isso, vamos defender posturas golpistas. Defendemos as garantias do Estado Democrático de Direito", declarou a reitora, sendo aplaudida pelos estudantes, professores e representantes dos movimentos sociais.

Com relação à luta em defesa do SUS, a reitora destacou a posição de ser contra a privatização da saúde pública representada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), pelas Organizações Sociais (OS) e pelas fundações de Direito Público e Privado. "Esses modelos de gestão que se dizem modernos, na verdade colocam o fim do serviço público, porque acabam com a contratação por concurso de servidor com estabilidade e defendem outros interesses privados dentro do setor público", questionou a reitora.

Também participaram do debate o vice-reitor, José Vieira; a pró-reitora Estudantil, Analice Dantas; o médico Bruno Fontan, representando a posição do Fórum Permanente em Defesa do SUS; o psicólogo Passifer Sabiá, defendendo a luta antimanicomial; além da professora Josimeire de Omena Leite, da Faculdade de Serviço Social, representando o grupo de pesquisa Políticas Públicas, Controle Social e Movimentos Sociais.

A reitora Valéria Correia ressaltou ainda que a atual gestão da Ufal será mais uma frente de luta contra a privatização do SUS. "Não é porque somos gestão hoje que vamos abandonar os nossos princípios. Pelo contrário, agora seremos mais uma trincheira em defesa da saúde pública e dos direitos sociais. Vamos resistir junto com os outros fóruns do País contra esse processo de precarização dos direitos sociais", declarou Valéria.