Mestrado profissional em Letras inicia terceira turma na Ufal
Aula magna foi marcada por palestra focada nas relações etnicorraciais
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Wende Evangelho – estudante de Jornalismo
A terceira turma do Programa de Mestrado Profissional em Letras – Profletras, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), inicia as atividades com uma palestra voltada às questões etnicorraciais da educação pública no país. O curso é realizado na Faculdade de Letras (Fale) e recebe professores da educação básica, visando à capacitação de educadores de Língua Portuguesa para o exercício da docência no Ensino Fundamental, com o intuito de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino no Brasil. O programa é desenvolvido com profissionais que já atuam em sala de aula.
O mestrado tem como base uma intervenção feita pelos professores em suas salas de aula. Segundo a coordenadora do Profletras em Alagoas, Andreia Pereira, os mestrandos interferem positivamente no sistema de ensino. “O Profletras é um programa de pós-graduação stricto sensu, voltado para atividade docente, então ele motiva o lato sensu, promovendo a especialização. Os professores terminam como mestres. É um curso que vai aliar a prática de sala de aula com a pesquisa. É um programa em rede nacional, que tem uma importância fundamental de formar professores e de contribuir para uma melhora na qualidade educacional”, afirmou.
A docente da Fale, Lígia Ferreira, atua no programa de mestrado e enxerga no projeto uma ferramenta de combate aos dados negativos apresentados pela educação em Alagoas. “O Profletras é importante por ser um mestrado para professores da rede pública de ensino fundamental 2 de língua portuguesa. Ele atua como um projeto de intervenção; esse educador não sai da sala de aula, mas desenvolve trabalhos em que os alunos serão inseridos nesse programa, e essa será a dissertação de mestrado profissional em letras, apresentando tudo aquilo que foi desenvolvido ao longo de dois anos na sala de aula. Então é um programa muito importante, principalmente para o estado que tem um alto índice de analfabetismo”.
A aula magna contou com a palestra Relações etnicorraciais no Profletras: uma possibilidade transformadora do conhecimento na educação pública brasileira, proferida pela coordenadora do Profletras da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), Rosemere Silva. A palestrante defende que os professores devem autoconhecer-se para ir à sala de aula. “É impossível pensar no desenvolvimento do conhecimento sem necessariamente os indivíduos pensarem quem eles são, como agem, que tipo de pertencimento etnicorracial tem, e como é articulada essa identidade com a construção do conhecimento. O Profletras é um caminho bastante interessante, profícuo nesse sentido, porque estamos lidando com uma base educacional de formação”, afirmou.
Parceria Ufal-Uneb
O evento também celebrou a aproximação institucional entre a Ufal e Uneb. Outros projetos devem ser desenvolvidos entre as duas universidades. Rosemere espera que a parceria entre as instituições impulsionem a capacitação dos educadores. “Essa aproximação institucional me faz pensar que isso deve resultar em objetivos mais específicos no sentido de trazer, tanto para Ufal quanto para Uneb, resultados um pouco mais positivos no sentido de melhor qualificar os professores. A qualificação dos professores de educação básica é muito importante, no sentido de fazer esses professores, principalmente no caso de letras, ter um olhar diferenciado para os alunos na sala de aula”, ressaltou.