Pesquisador debate ideias sobre a natureza da educação no campo de negócios

Ufal foi a única universidade brasileira a receber a visita do linguista norte-americano Daniel Everett


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Daniel Everett é linguista e decano de Artes e Ciências
Daniel Everett é linguista e decano de Artes e Ciências

Diana Monteiro – jornalista

Entender a cultura para entender melhor o funcionamento do negócio, avaliar se a cultura que se conclama tem conexão com a prática questionando sua influência no dia a dia de uma firma ou se é apenas uma ferramenta de marketing, contextualizaram a palestra Cultura, negócios e a fusão educacional proferida pelo pesquisador Daniel Everett. A palestra na manhã desta segunda-feira (14), destinada a alunos do curso de Administração da Universidade Federal de Alagoas, no auditório da Faculdade de Economia Administração e Contabilidade (Feac), marcou a primeira atividade do renomado linguista, decano de Artes e Ciências na Universidade de Bentley, nos Estados Unidos.

A fala de Everett baseou-se na pesquisa original exposta no livro de sua autoria Dark Matter of the Mind: The Culturally Articulated Unconsious e mostrou exemplos de funcionamento de firmas no mundo dos negócios. “A cultura é dinâmica, muda a todo momento, tem que estar conectada com os perfis sociais e é importante estudar a relação de prioridade entre os valores. Numa firma, é de responsabilidade dos gerentes a construção de uma cultura para os negócios, mas infelizmente os líderes não têm esse entendimento”, frisou.

A Ufal é a única universidade brasileira a ser visitada por Daniel Everett, também maior pesquisador da cultura e da linguagem amazônica Pirahã, idioma falado por cerca de 400 indígenas que vivem no sul do Amazonas. A outra palestra proferida por Everett teve como tema A Implausibilidade de uma “Gramática Universal”, voltada ao público em geral, e aos interessados na linguagem humana, em particular.

As pesquisas conduzidas por Dan Everett sobre a língua Pirahã levaram o professor a questionar um conceito consagrado na linguística: o da gramática universal, proposto por Noam Chomsky. Na hipótese de Everett, a gramática não é algo biológico, mas uma ferramenta aprendida culturalmente, com base nas necessidades de cada sociedade. O evento é uma promoção do Grupo de Estudos em Fonética e Fonologia da Ufal, coordenado pelo professor Miguel Oliveira, da Faculdade de Letras (Fale).