Pró-reitoria de Extensão da Ufal focará nas demandas locais

Proex leva a universidade para fora do campus, promovendo conhecimento a toda comunidade


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Demandas sociais serão incorporadas ao plano de ações da Proex
Demandas sociais serão incorporadas ao plano de ações da Proex

André Ferro - estudante de jornalismo

Uma nova Ufal está surgindo com a eleição de Valéria Correia. O ambiente apresentado pela nomeação dos chefes dos setores é de uma renovação organizacional. A proposta é que novas ideias possam trazer à Ufal um relacionamento melhor com a sociedade como um todo. 

Nesse cenário, a convite da reitora eleita, a professora licenciada em Educação Física, Joelma Albuquerque, foi nomeada para o cargo de pró-reitora de Extensão. A professora, que se formou na Ufal, em 2004, sempre mostrou interesse por esportes, o que a acabou levando a escolher sua formação acadêmica. 

“Desde criança pratico esportes. Eu fui atleta de futebol, futsal, natação, atletismo, fiz tudo que eu tinha direito. Eu nunca pensei que fosse me envolver tanto com a parte acadêmica”, lembrou a professora. 

Especializada em Metodologia de Ensino, Esporte e Lazer pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 2006, recebeu o título de Mestre em Educação (2007) logo após na mesma instituição e se tornou doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 2011.    

Questionada sobre a motivação de ter escolhido seu mestrado e doutorado na área da Educação, Joelma Albuquerque falou: “Quando eu entrei no curso eu pude ver também um outro mundo que não é a Educação Física esportivizada. Vi uma perspectiva mais humanista, mais educacional na área da Educação Física”, explicou. 

Para a pró-reitora, sua grande influência acadêmica é a professora Márcia Chaves Gamboa, que tem feito história junto a outros pesquisadores na área da Educação Física. O encontro aconteceu ainda na graduação e marcou a trajetória de Joelma. 

“Meu encontro com a professora Márcia marca a minha formação. Ela ofertou uma disciplina de extensão, que era uma política de extensão daquele período. Então, eu comecei a participar do grupo Linha de Estudo e Pesquisa em Educação Física, Esporte e Lazer (Lepel), que faz parte de uma rede de intercâmbio local, regional, no Nordeste, nacional e internacional. A partir desse momento, minha trajetória acadêmica se liga a uma rede de pessoas no país e fora do país”, conta Joelma Albuquerque.  Em 2003, na Ufal, participou da organização da visita científica do professor Silvio Sánchez Gamboa (Unicamp), ofertando cursos de extensão sobre metodologia do trabalho científico. 

Durante sua trajetória acadêmica, atuou junto aos movimentos sociais, sindical e político, o que marcou sua formação. Como professora do Pronera, trabalhou em áreas de reforma agrária no recôncavo da Bahia. Participou ainda da experiência de curricularização da extensão da UFBA (Atividades Curriculares em Comunidade) e, já na Unicamp, integrou projetos de extensão em área de reforma agrária e de dois Fóruns de Extensão, na instituição, além de organizar diversos eventos científicos na Faculdade de Educação. Na Ufal, desenvolve, há alguns anos, projetos de extensão na área da Ginástica Circense, assim como atua na formação continuada dos professores de Educação Física de Arapiraca, uma ação em parceria com a Secretaria Municipal de Educação. 

Sobre a Pró-reitoria de Extensão (Proex), a professora fez uma análise comparativa do cenário que foi encontrado por ela após a nomeação. Ela destacou que já esteve envolvida com a Pró-reitoria no período que cursou a graduação e que, infelizmente, sente que estruturalmente e organizacionalmente não houve mudanças significativas. Para ela, o crescimento da Universidade e do setor não são compatíveis. “Nós vivemos a expansão da Universidade, isso é uma realidade. Nós temos os campi Arapiraca e Delmiro Gouveia, as unidades de Santana do Ipanema, de Palmeira dos Índios, Penedo, Viçosa. E, para isso, o quadro de trabalhadores está muito reduzido”, comentou.

 Para os próximos quatro meses, a Proex estará empenhada em emitir os certificados que, desde 2014, estão estagnados dentro do setor. Desta forma, a professora deseja incentivar a promoção de novos cursos e eventos por parte dos professores. Para ela, a emissão dos certificados em tempo hábil está diretamente relacionada ao interesse do corpo discente em promover esses eventos.

 “O professor pensa ‘a Pró-reitoria nunca emite certificado, eu não vou mais fazer projeto de extensão se nem certificado a gente recebe’. Eu estou falando uma coisa bem pontual, afinal existem muitas outras coisas que nós precisamos fazer como Pró-reitoria. Esse é um exemplo bem prático”, observou. 

Como metas para essa gestão, Joelma Albuquerque colocou que devem passar por uma racionalização do trabalho e a definição de rotinas a serem publicizadas com a comunidade acadêmica. O setor fez um planejamento coletivo e definiu que nos próximos 120 dias irão emitir os certificados, recompor o Comitê de Extensão, fazer o contato com os movimentos sociais e com a comunidade do entorno da Ufal, formar uma comissão especial consultiva, uma vez que a gestão deseja incorporar as demandas sociais ao plano de ações da Proex. 

“Nós queremos, como política central, fazer essa escuta dos movimentos sociais, movimentos comunitários e das escolas públicas do entorno. Existem mais de 400 mil pessoas residentes no Tabuleiro do Martins, que é o entorno da Universidade. A Universidade precisa dar uma resposta para isso. Nós vamos fazer os contatos, trazer os movimentos sociais e incorporar às linhas de extensão essas demandas”, afirmou.