Nova gestão quer levar produção cultural para toda Ufal
Esse é um dos desafios de Ivanildo Piccoli, coordenador de Assuntos Culturais da Universidade
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Simoneide Araújo – jornalista colaboradora
Ator, artista circense, encenador, professor universitário e desbravador. Assim se define Ivanildo Lubarino Piccoli dos Santos, 45, coordenador de Assuntos Culturais da Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal de Alagoas e também diretor do Espaço Cultural da instituição. Ele pretende usar sua experiência com trabalhos em comunidades para concretizar o desafio da gestão na Ufal, que é ampliar a produção cultural para toda a instituição, ou seja, atuar em cada canto onde está instalada.
Há quase quatro anos atuando como docente na Universidade, Piccoli, agora, responde pela Coordenação de Assuntos Culturais (CAC), que congrega todos os equipamentos culturais da Universidade – os museus de História Natural e Théo Brandão, a Pinacoteca Universitária, a Orquestra Sinfônica, o Corufal, a Usina Ciência e o Espaço Cultural. Ele também acumula o cargo de diretor do Espaço Cultural, local onde estão abrigados os cursos de Artes, a Escola Técnica de Artes (ETA), o Pronatec, a Pinacoteca, as Casas de Cultura, a livraria da Edufal, a Orquestra, o Coro, o Núcleo de Estudos Afro-Brasieiros (Neab), o Núcleo de Percussão (NUP) e os núcleo temáticos Mulher e Cidadania e da Criança e do Adolescente.
Para Piccoli, a atual gestão da Ufal prima pela transparência das ações e pela impessoalidade e reforça que esses princípios constitucionais também serão o norte de seu trabalho. “A primeira ação concreta é a criação do fórum dos equipamentos, com encontros mensais, para que sejam feitos proposições, gerenciamento, acompanhamento e avaliações contínuas de como as questões estão sendo caminhadas. Esses equipamentos têm autonomia de ação, mas o que falta é a união do que é comum para todos, seja um ponto de vista, um direcionamento gestor, no sentido de que nós todos juntos queremos atuar para somar”, anunciou.
Definições coletivas
Enquanto gestor, Piccoli vê todas as necessidades e as urgências, mas destaca que as prioridades serão definidas pela coletividade. “Vamos fazer as proposições para nortear as discussões, mas as definições serão feitas pela comunidade que frequenta nosso Espaço – alunos, servidores e comunidade em geral, que usa e frequenta nossas instalações”, explicou.
Sobre a relação com os equipamentos culturais, o coordenador destaca que o diálogo será a ferramenta usada para integrar todos eles. "Vamos buscar trabalhar para melhorar os nossos espaços de convivência, tornando-os mais salubres. E já começamos a fazer isso. Após mais de um ano dos nossos banheiros fechados para reforma, conseguimos entregá-los. Aproveito para pedir a colaboração de todos os usuários para cuidarem desse ambiente e fiscalizarem para que eles continuem funcionando bem. Também estamos finalizando a reforma da sala 11, de Piano, que será um local para apresentações com agendas definidas", reforçou.
A gestão pretende, a curto prazo, dentro da nova proposição, arrumar a casa, para conseguir um ambiente confortável para todos. “Precisamos tornar nosso ambiente saudável, para que tenhamos vontade de produzir. A médio prazo, não vamos nos conformar em estarmos apenas em Maceió, porque a Universidade tem quatro campi [Maceió, Rio Largo, Arapiraca e Delmiro Gouveia] e unidades de ensino em mais quatro cidades. Nosso desafio é estar presente, enquanto CAC, e apoiar proposições culturais nesses locais. Pretendemos desenvolver ações onde a Ufal está instalada”, disse Piccoli.
A longo prazo, o coordenador reforça que a gestão vai contemplar os projetos que já existiam. “Isso será possível, tão logo tenhamos essa reformulação financeira e administrativa, mas também vamos propor novas ações. Então é isso, vamos acabar de arrumar a casa e expandir as ações até onde a gente pude ir”, garantiu.
Capacidade técnica
Ivanildo Piccoli é professor do curso de Teatro e, como a própria reitora Valéria Correia confirmou, foi escolhido para o cargo por sua capacidade técnica. Enquanto bagagem para assumir o desafio na Ufal, além de sua experiência no teatro e no circo, ele ressalta sua atuação no Itaú Cultural, nas áreas de gerenciamento de projetos artísticos e de gestão da enciclopédia virtual de artes.
O coordenador também destaca outros dois projetos dos quais fez parte que dão a ele base para atuar na Ufal: "Formação de Público, no qual coordenava um grupo grande de professores da rede pública de São Paulo, e Fábrica de Cultura, que fazia um trabalho com crianças e adolescentes de comunidade carentes. Esse projeto foi bastante desafiador porque eu coordenava um grupo de 15 arte-educadores e, ao mesmo tempo, dirigia em cena 150 crianças e adolescentes carentes da periferia leste de São Paulo”.
O maior desafio, segundo Piccoli, é buscar fazer do ambiente um espaço sadio e trabalhar de maneira harmoniosa com todos os equipamentos que fazem parte da CAC. “Essa harmonia vai fazer as pessoas sentirem prazer no que estão desempenhando, não se sentirem cobradas, mas gerenciadas, amparadas e, principalmente, saber que podem contar comigo para as ideias e as proposições”, revelou.
Além de tentar reestruturar os ambientes do Espaço Cultural e resolver situações pendentes, as ações vão em busca de fazer um diagnóstico para que a gestão tenha essa visão de como estão as coisas, enquanto CAC e Espaço Cultural. “Isso vai nos mostrar como estamos e com o que podemos contar, em termos de aparelhos e estrutura, qual equipamento está com muita dificuldade e precisa de mais ajuda”, destacou Piccoli.
No segundo momento, será aberto para a comunidade decidir o que ela quer que seja feito, ou seja, a gestão é participativa e precisa da interação com as pessoas que compõem a Universidade. “Acho que já consegui dar um passo avante concretamente, que é trabalhar com a gestão participativa. Não sou eu que vou decidir; sinto-me um porta-voz, propositor de algumas ações sim, mas um porta-voz do que virá a ser essa nova gestão, enquanto direção do Espaço Cultural e da CAC. Estou feliz por estar mediando essa abertura com a comunidade. Estamos nos primeiros diálogos que vão nortear as futuras ações”.