Um programa cultural para plateia de todas as idades
Filho, mãe e avó curtiram música boa de graça, no concerto da Orquestra Sinfônica da Ufal
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Simoneide Araújo – jornalista colaboradora
Augusto viu no portal da Ufal e avisou à mãe, Vanira Tavares, que convidou Audinete Tavares, avó de Augusto. Assim, três gerações da família estavam juntas assistindo ao concerto da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Alagoas, que abriu a temporada 2016 do Quinta Sinfônica, na noite da quinta-feira (31), no Teatro Deodoro, um projeto realizado em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e a Diretoria de Teatro de Alagoas (Diteal).
Augusto José é aluno de Engenharia Ambiental da Ufal. Ele e a mãe já haviam assistido a outros concertos da orquestra e repetiram a dose. A avó Audinete mora em Palmeira dos Índios e aceitou o convite da filha Vanira para conhecer o projeto Quinta sinfônica. "É uma pena que as pessoas ainda não saibam desse projeto. É gratuito e, mesmo assim, não vemos um grande público. Precisamos divulgar mais para que outras pessoas também tenham acesso a esse tipo de programação, que é maravilhosa. Vou avisar minhas amigas e vizinhas para os próximos”, destacou.
Quando a Orquestra entrou no palco, acompanha do regente, o maestro Nilton Souza, foi recebida com o carinho da plateia. Ele apresentou o repertório com duas peças: Abertura Coriolano, em Dó menor (op. 62), de Ludwig van Beethoven; Sinfonia nº 41 em Dó maior (K. 551) e, Júpiter, de Wolfgang Amadeus Mozart.
Nilton apresenta à plateia um pouco da história que gira em torno das obras de Beethoven e de Mozart: "A primeira peça que vamos executar trata-se de um drama onde o herói e o general Coriolano, chefe de uma facção patrícia, tenta humilhar o senado romano. Foi composta em 1807 e antecipa traços compositivos do poema sinfônico, de fins do século 19", explicou o maestro.
Sobre a peça composta por Mozart, a Sinfonia nº 41, composta em 1788, Nilton explica que ela explora o contraponto e a harmonia de modo magistral. “É uma obra equilibrada formalmente e madura do ponto de vista composicional para os moldes do período. Dela fazem parte os movimentos Allegro Vivace, Andante Cantabile, Menuetto: Allegretto e Finale: Molto Allegro", disse.
Muitas emoções
A noite de estreia da temporada da Orquestra foi recheada de muitas emoções e expectativas do público, principalmente para as pessoas que estavam ali no teatro pela primeira vez. O casal José Erivan Moreira e Lizete Inês Melo ficou sabendo do concerto pela televisão e adorou o programa cultural. Ele é alagoano e ela, mineira, e, mesmo morando em Maceió, eles nunca tinham ido ao Quinta Sinfônica. Lizete não conhecia o teatro nem a orquestra e ficou maravilhada. “Foi lindo, muito bom e vamos vir mais vezes assistir”, garantiu.
O jovem Matheus Ferreira também não conhecia o projeto, mas foi levado ao teatro pelo amigo Wesley David, que já assistiu ao concerto da Orquestra da Ufal quatro vezes. O casal de aposentados Maria Lira de Barros tenório e JalbasTenório de Holanda adorou o programa da quinta à noite. Ambos são servidores da Ufal – ela foi professora da Faculdade de Serviço Social e ele, técnico-administrativo. “Foi maravilhoso! Lindo, lindo! Queremos vir mais vezes porque vale a pena”, reforçou Maria de Lira.
Quem já é fã de carteirinha da Orquestra da Ufal e não perde nenhum concerto é a cantora Irina Costa. “Esse projeto é absolutamente maravilhoso! É cultural mesmo, porque o fato de as pessoas virem escutar música erudita, que não está no repertório diário delas, principalmente nos dias de hoje. Isso é incrível. É educativo, é formação de plateia e todo mundo pode ter acesso porque é gratuito. Acho que a Ufal poderia ampliar, levar esse projeto para outros espaços, para uma praça, um parque... Isso seria incrível”, destacou Irina, ao sugerir que a comunidade universitária da Ufal deveria estar mais presente nesses eventos: “Professores poderiam incentivar alunos, por exemplo, levar discussões para sala de aula, enfim, são sugestões”.
Ela também lembra que ano passado participou de uma edição especial da Orquestra, um projeto inédito em Alagoas e pioneiro no País. “Foi um repertório completamente diferente do que os músicos estão acostumados a fazer. Foi lindo! O teatro ficou lotado! Muito, muito bom”, falou.
A servidora da Ufal, Elba Torres, e o marido, Walter Campos, levaram os amigos para assistir ao concerto. “Fiquei sabendo pelo portal da Universidade e decidimos vir e trazer nossos amigos. É um projeto muito bom. Vale a pena!”, reafirmou a técnica da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac).
Abertura oficial
A abertura oficial contou com a presença da pró-reitora de Extensão, Joelma Albuquerque, que falou em nome da reitora Valéria Correia. Ela deu as boas-vindas ao público, agradeceu a presença de todos e destacou a manutenção da parceria com a Secult e a Diteal. “É necessário ressaltar a importância do clássico para a humanidade e é por isso que esse projeto da Orquestra é importante porque traz esse repertório para o público em geral”, refletiu.
Para Alexandre Holanda, gerente artístico e cultural da Diteal, esse projeto é muito gratificante. “Esse tipo de produto artístico para a comunidade, com entrada franca, é muito bom. Manter esse projeto pelo sexto ano consecutivo, numa parceria com a Ufal, é a prova de que estamos formando público para música erudita, instrumental, que é o objetivo do projeto Quinta Sinfônica”, justificou.
Agradecimentos finais
O maestro Nilton Souza também agradeceu a parceria da Secult e da Diteal, que, para ele, é fundamental para manutenção desse projeto que já está na sexta temporada. “Temos um grupo super eclético e preparamos esse concerto com o maior carinho para proporcionar um bom repertório para vocês”, ressaltou.
Nilton destaca, ainda, que a orquestra é jovem, universitária, formada por estudantes da Ufal – de música e de outros cursos, de graduação e técnico –, por docentes e por técnicos administrativos. Agradeceu a presença de todos e convidou o público para o próximo concerto, dia 28 de abril, última quinta-feira do mês.