Movimento Maio Amarelo tem participação de professoras da Ufal

Docentes de Medicina e Enfermagem estarão em palestras e mesas-redondas em Arapiraca e Maceió nesta quinta e sexta-feira


- Atualizado em
Maio Amarelo terá participação da Ufal
Maio Amarelo terá participação da Ufal

Natália Oliveira - estudante de Jornalismo

Com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortos e feridos no trânsito no mundo, o Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas (Detran/AL) promove mais uma edição do Maio Amarelo que, neste ano, levantará discussão sobre os condutores de veículos motorizados de duas rodas. Assim como em 2015, a Universidade Federal de Alagoas participa da iniciativa, desta vez, com a presença de docentes dos cursos de Medicina e Enfermagem, que estarão em palestras e mesa-redonda sobre a temática.

O evento será realizado em duas etapas: o primeiro será às 9h desta quinta-feira (5), no auditório do Planetário Casa de Ciência, em Arapiraca - segundo município alagoano com a maior frota de motocicletas. Já na sexta-feira (6), o lançamento será no auditório do Detran em Maceió, também às 9h.

Nos dois municípios, será realizada a mesa-redonda “Causas e consequências dos acidentes de trânsito”. A atividade terá a participação da médica pediatra e professora de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Divanise Suruagy; e das docentes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Vilma Leyton e Julia Greve, que vai apresentar o resultado de uma pesquisa sobre causas de acidentes com motociclistas.

A mesa-redonda terá, ainda, a presença da professora de Enfermagem da Ufal, Ana Paula Nogueira Magalhães. Na ocasião, a docente vai apresentar sua tese de doutorado “Acidentes de trânsito com adultos e suas consequências após a alta hospitalar”, baseada na realidade de Arapiraca.

Compõe a programação do evento, ainda, o lançamento do Plano de Segurança Viária para Motociclistas, que visa implementar ações integradas entre os órgãos que compõem o trânsito, a segurança pública, educação e saúde. Para isso, realizará ações educativas para o trânsito, engenharia de tráfego e fiscalização, visando reduzir a morbimortalidade para os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores.

Também participam da programação membros do Ministério da Saúde, do Centro Universitário Cesmac, das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, além da Secretária de Educação e dos demais órgãos envolvidos com o trânsito, como a Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), a Polícia Rodoviária Federal, o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) e os Batalhões de Polícia de Trânsito (BPTran) e de Polícia Rodoviária (BPRv).

Acidentes com veículos de duas rodas em 2015

De acordo com o relatório de acidentes com vítima, divulgado pela Coordenadoria de Segurança no Trânsito do Detran de Alagoas, houve 526 acidentes com motociclistas em 2015. Desse número, 73% ocorreu no interior do Estado. Ao todo, 829 vítimas estiveram envolvidas nos acidentes, sendo 636 vítimas feridas e 193 fatais. No relatório, o órgão ainda destaca que 39% dos mortos no trânsito em 2015 eram condutores ou passageiros de veículos de duas rodas.

Ainda segundo o relatório, alguns fatores foram recorrentes nos registros vítimas de acidentes no trânsito: sequelas de quedas de moto ou choques com outros veículos e objetos fixos foram agravadas pelo não uso do capacete, condutores de ciclomotores trafegando com as luzes do veículo apagadas e imprudência do motociclista.


Estatísticas da Assembleia Geral das Nações Unidas

Em março de 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas editou uma resolução definindo o período de 2011 a 2020 como a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito”. O documento foi elaborado com base em um estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde) que contabilizou, em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países. Aproximadamente 50 milhões de pessoas sobreviveram com sequelas.

A OMS estima que 1,9 milhão de pessoas devem morrer no trânsito em 2020 e 2,4 milhões, em 2030, se nada for feito até lá. Nesse período, entre 20 milhões e 50 milhões de pessoas sobreviverão aos acidentes a cada ano com traumatismos e ferimentos. A intenção da ONU com a “Década de Ação para a Segurança no Trânsito” é poupar, por meio de planos nacionais, regionais e mundial, cinco milhões de vidas até 2020.

O Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito, precedido por Índia, China, EUA e Rússia e seguido por Irã, México, Indonésia, África do Sul e Egito. Juntas, as dez nações são responsáveis por 62% das mortes por acidente no trânsito.