Posse da nova superintendente do Hospital Universitário lotou auditório
Representantes dos movimentos de defesa da Saúde Pública também prestigiaram a solenidade
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Lenilda Luna - jornalista
O Auditório Geral Enfermeira Lenir Nunes da Silva Oliveira, no Hospital Universitário da Ufal, ficou lotado para a posse da nova superintendente, Fátima Siliansky, na manhã desta segunda-feira (30). Além da reitora da Ufal, Valéria Correia, e do vice-reitor, José Vieira, participaram da solenidade vários integrantes da gestão, servidores do HU, estudantes e representantes de entidades sindicais, estudantis e de movimentos em defesa do SUS.
A reitora Valéria Correia falou da grande expectativa da gestão e da comunidade universitária com a posse de uma gestora oriunda dos movimentos em defesa do SUS e pesquisadora de modelos de gestão comprometidos com a universalização do direito à saúde pública. "É um momento histórico para o estado de Alagoas, onde o único hospital público de referência para média e alta complexidade é devolvido ao povo alagoano com uma gestão comprometida, efetivamente, com a educação e a saúde pública", declarou a reitora.
Consciente dos desafios que assume na gestão do HU e da grande expectativa com a nova filosofia de gestão, Fátima Siliansky enfatizou a proposta de fortalecer os órgãos colegiados e de fazer uma administração compartilhada, ouvindo todos os setores da sociedade e da comunidade universitária. "Temos muita segurança para assumir esse desafio porque contamos com uma equipe muito preparada, com nossos gerentes. Sabemos da expectativa dos trabalhadores em participar mais das decisões relacionadas à Instituição", ressaltou a nova superintendente do HU.
Durante a solenidade de posse, uma saudação especial foi feita por Marco Antônio Ratsch de Andreazzi, representante do Movimento Classista em Defesa da Saúde do Povo, que veio do Rio de Janeiro para prestigiar a posse. "Na UFRJ, temos uma das últimas trincheiras de resistência contra a implantação de uma gestão empresarial nos Hospitais Universitários. Entendemos que a luta pela saúde é nacional e precisamos superar esse modelo imposto em todas as universidades federais. As metas de produtividade se adequam aos interesses dos empresários e não respondem aos anseios de saúde do nosso povo", comentou o pesquisador e militante em defesa do SUS.
O Sindicato dos Trabalhadores da Ufal também esteve representado na posse. Os sindicalistas esperam que a nova superintendente seja mais sensível às questões trabalhistas e conflitos internos gerados pelos dois regimes de contrato dos servidores, pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e pelo Regime Jurídico Único (RJU). "Temos agora uma pessoa com uma visão humana da instituição, pronta a ouvir servidores e usuários. Claro que é um processo árduo para garantir mudanças nesse contexto de crise", ponderou Reinaldo Oliveira, coordenador Jurídico do Sintufal.
Entre os vários movimentos sociais presentes, José Neto estava representando a Liga dos Camponeses Pobres, reivindicando o compromisso da gestão com a sociedade alagoana. "Esperamos da gestão do Hospital e também da Universidade como um todo, esse compromisso com a área social que as gestoras têm. Acreditamos que elas vão trabalhar por um atendimento de qualidade e também pesquisa científica que favoreça àqueles que mais necessitam", disse o integrante do movimento agrário.
No hall do Hospital, servidores da extinta Controladoria Geral da União (CGU) fizeram um protesto contra a extinção do órgão que, segundo eles destacam, é fundamental para a transparência e controle da aplicação dos recursos públicos no Brasil. "Gravações divulgadas pela imprensa revelam que a extinção da CGU faz parte de uma estratégia para dificultar a investigação de acusados em corrupção. Essas denúncias comprometem a imagem de imparcialidade do órgão, que deve realizar uma fiscalização técnica em função dos princípios do bem público", declarou Nelton Martins Yin Filho, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical).