Ufal publica resultado da avaliação interna

Dados obtidos compõem relatório que deve nortear ações da gestão e ser entregue aos órgãos de controle


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Os dados obtidos são referentes ao ano de 2015 e compõem o Relatório de Gestão Anual da Comissão Própria de Avaliação (CPA)
Os dados obtidos são referentes ao ano de 2015 e compõem o Relatório de Gestão Anual da Comissão Própria de Avaliação (CPA)

Thâmara Gonzaga - jornalista

A comunidade acadêmica da Universidade Federal de Alagoas já pode conferir o resultado da avaliação interna realizada nos meses de fevereiro e março deste ano. Durante esse período, de modo voluntário, estudantes, professores, técnicos-administrativos e egressos opinaram sobre a estrutura física, administrativa, acadêmica e social da Ufal.

Os dados obtidos são referentes ao ano de 2015 e compõem o Relatório de Gestão Anual da Comissão Própria de Avaliação (CPA), que deve nortear as ações dos gestores da instituição e ser encaminhado aos órgãos de controle externo. O documento, aprovado pelo Conselho Superior no dia 4 de abril, foi elaborado de forma bem didática, com gráficos, tabelas e descrições que facilitam o entendimento. Para conferir, clique aqui.

De acordo com o relatório apresentado pela CPA, 8.545 questionários foram respondidos, sendo 7.227 pelos estudantes regularmente matriculados, 545 pelo corpo docente, 259 pelo segmento técnico-administrativo e 514 pelos egressos. O número representa, aproximadamente, 1/4 do corpo social da Ufal. Foi um número menor que 2014, mas, de acordo com a Comissão, continua expressivo.

Variáveis com avaliações positivas

Segundo o relatório da CPA, as avaliações mais altas dos estudantes regularmente matriculados foram para qualidade do ensino ministrado pelos professores (com 67% de bom e ótimo) e importância das atividades de extensão (68%). Eles ainda avaliaram positivamente a articulação da pesquisa e da extensão, as atividades pedagógicas e a disponibilidade dos docentes.

A eficiência da página eletrônica da Universidade foi apontada como positiva, bem como a pontualidade e a clareza das informações. A divulgação da iniciação científica, dos eventos culturais, artísticos e sociais promovidos pela Ufal também foram bem avaliados pelos discentes.

Já os professores avaliaram como positivas todas as variáveis dos eixos políticas de gestão e de desenvolvimento institucional. Outros itens que receberam uma boa avaliação dos docentes foram a importância social da atividade de extensão (com 64% que consideram boa e ótima), os serviços oferecidos pela biblioteca (62%) e as atividades pedagógicas realizadas para o alcance da qualidade (58%).

Entre os técnicos-administrativos, as relações internas e o ambiente de trabalho foram os pontos que receberam as melhores avaliações. Para 73%, é satisfatório pertencer ao corpo social da instituição; 60% têm satisfação com as atividades e os encargos exercidos e 57% aprovam o clima institucional.

A percepção dos egressos foi positiva em relação à formação profissional recebida, à adequação da matriz curricular e ao mercado de trabalho. Eventos científicos, acadêmicos e culturais, além das políticas para acesso ao estágio, à monitoria, à pesquisa e à extensão, também foram avaliados positivamente pelos profissionais formados pela Ufal.

Variáveis com avaliação baixa ou negativa

Entre os discentes, de acordo com o relatório, a queixa maior é em relação à infraestrutura. Para eles, é preciso melhorias na manutenção, limpeza, iluminação e ventilação dos espaços, além de mais computadores com acesso à internet.

Os estudantes apontaram, ainda, a necessidade de aprimoramento no apoio psicossocial e psicopedagógico. No segmento egresso, de acordo com a metodologia adotada pela CPA, não houve percepção negativa nos dados.

Assim como os estudantes, os docentes também avaliaram negativamente a estrutura física e os equipamentos disponíveis. Instalações, mobiliário, limpeza, manutenção e conforto ambiental foram avaliados como ruim e péssimo por 55% dos participantes. Ações institucionais para a qualificação acadêmico-profissional, a qualidade de vida dos trabalhadores e o atendimento a portadores de necessidades especiais foram outras áreas apontadas pelos professores como carentes de melhorias.

A falta de apoio para realização de capacitação externa foi uma das variáveis apontadas pelos técnicos-administrativos. Eles também indicaram a carência de equipamentos e materiais para o exercício do trabalho, a falta de canais para se expressar e reivindicar melhorias, além de ações que promovam a qualidade de vida do servidor.

Processo de autoavaliação

A avaliação interna é um dos instrumentos do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e tem como objetivo consultar a comunidade acadêmica para fazer o levantamento de informações que permitam identificar potencialidades e fragilidades da instituição.

A Comissão Própria de Avaliação (CPA) é responsável pela condução do processo avaliativo, sistematização dos dados e repasse ao público interno e externo. A CPA da Ufal é formada por representantes docentes (das áreas de Ciências Humanas, Sociais, Exatas, Naturais e Saúde), técnicos-administrativos e discentes dos campi A. C. Simões, Arapiraca e Sertão, além de membros da sociedade.

Este ano, a Universidade Federal de Alagoas promoveu uma ampla campanha de divulgação institucional estimulando estudantes, professores, técnicos e egressos a registrarem suas percepções através do questionário on-line, tendo em vista que ainda é preciso aumentar a adesão da comunidade acadêmica ao processo autoavaliativo.

"A avaliação é um momento fundamental no processo de planejamento e formulação de políticas institucionais na Ufal. Entendemos que a Universidade precisa construir organicamente uma cultura de avaliação no sentido de reconhecimento das lacunas e formulação de ações que possam, de modo planejado, sanar os problemas identificados”, argumentou o procurador Educacional Institucional, Thiago Cruz.

Segundo o Procurador, estão sendo planejadas algumas ações que serão colocadas em práticas nos próximos meses e ao longo de 2016 junto com a CPA e toda comunidade acadêmica. Reunião com docentes da Ufal que são avaliadores do Inep para pensar momentos de debates, mesas, seminários sobre a avaliação interna e externa; formação continuada com as coordenações de cursos de modo descentralizado; instituição da avaliação docente pelo discente, além do incentivo junto à CPA para criação das CAAs (Comissão de Auto Avaliação) nas unidades acadêmicas são algumas das ações a serem realizadas.

“A avaliação deve ser processual, considerar elementos internos e externos à instituição. Os resultados apontados no relatório é uma das partes do processo que se completa com as avaliações dos cursos e demais instrumentos estabelecidos pelos órgãos de controle MEC/Inep”, explicou.

Ainda em 2016, estudantes ingressantes e concluintes dos cursos de Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Serviço Social, Agronomia, Zootecnia, Agronomia, e Medicina Veterinária devem participar do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).

“O Enade é um dos componentes que constituem o Conceito Preliminar do Curso, o que permite a renovação de reconhecimento. Sobre o esse exame, vamos buscar fazer uma discussão junto à Prograd e CPA, chamando o DCE para discutir as questões de crítica que é realizada, principalmente, pelo movimento estudantil”, garantiu Cruz.