Novos alunos são recebidos com programação que destaca a diversidade e a participação social

O Centro de Interesse Comunitário concentrou várias atividades sócio-culturais


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Programação de Acolhimento montada hoje no CIC ampliou a visão dos estudantes sobre a Universidade. (Fotos: Thiago Prado)
Programação de Acolhimento montada hoje no CIC ampliou a visão dos estudantes sobre a Universidade. (Fotos: Thiago Prado)

Lenilda Luna e Thamara Gonzaga - jornalistas

A manhã desta quarta-feira (22), foi bem movimentada no Campus A.C Simões. Por todos os lados, grupos de novos alunos foram guiados por veteranos para conhecer tudo o que a Ufal tem a oferecer. A expectativa era grande entre os novatos. Alguns mais focados na vida acadêmica, outros querendo conhecer todas as atividades extracurriculares de que podem participar.

Erick Gomes estava num grupo de calouros de Direito que caminharam bastante pelo campus. Ele está consciente da rotina de estudos que vai encarar pela frente, mas também tem disposição para saber mais sobre o movimento estudantil, os congressos e grupos de pesquisa e extensão. "Vou participar de tudo isso e muito mais", garantiu o estudante.

A aluna Sara Cavalcante estava no grupo dos calouros de Pedagogia, indo visitar as várias exposições montadas no Centro de Interesse Comunitário (CIC) na programação de Acolhimento. Apesar de curiosa para ver tudo, ela estava bem focada em um objetivo: "Quero concluir e arrumar um emprego", resumiu a estudante. 

Chegando no CIC, no entanto, os estudantes tiveram um panorama para perceber que a Universidade é muito mais que sala de aula. Um espaço plural, polêmico, de debates de ideias e de reflexão sobre as questões sociais. Entre as atividades, a feira de produtos orgânicos produzidos por grupos da Agricultura Familiar demonstravam a importância para a sociedade do trabalho de Extensão e Pesquisa produzido na Ufal.

Também estava representado o Movimento Sem Terra, que trouxe posteres para divulgar o trabalho de educação realizado nos assentamentos. "Estamos apresentando essa relação entre o movimento social e a universidade. Essa instituição deve cumprir o papel social, porque a comunidade acadêmica tem um importante papel na construção de uma sociedade com oportunidades para todos", ressaltou Luana Ferreira, do Coletivo de Educação do MST-AL.

A questão da diversidade sexual também foi debatida, nas atividades do grupo Quilombo Púrpura, que atua na Ufal e externamente. "Nosso objetivo é discutir machismo, homofobia, racismo e a questão de gênero, numa perspectiva crítica e classista. Nós estudamos e trabalhamos numa universidade que ainda é machista, racista, homofóbica e transfóbica. Queremos receber os calouros com essa reflexão para já ir quebrando esses preconceitos", destacou Walber Elias, integrante do grupo.

Outro grupo voltado para o debate sobre Gênero é o Frida Kahlo, que também apresentou o trabalho do coletivo para os novos estudantes. "Trouxemos a discussão contra o machismo. Somos oprimidas nessa sociedade patriarcal que define o lugar da mulher como uma posição de submissão. O estado de Alagoas é o segundo que mais mata mulheres, é o segundo em assassinatos de homossexuais e o primeiro em mortes de jovens negros na periferia. Nós precisamos falar sobre isso", declarou Andrea Pacheco, professora integrante do grupo Frida Kahlo.

Além dos vários debates e reflexões, os estudantes também foram recebidos com atenção à saúde integral, pelo projeto Sala de Cuidados Antônio Piranema, um projeto de Extensão da Faculdade de Medicina (Famed), que existe desde 2013. "Oferecemos reiki, massagem, quiropraxia, reflexologia, vivência do Sagrado Feminino e Dança Cigana. Tem também chá, lanche e principalmente, muita acolhida", relatou Edna Bezerra, coordenadora do projeto.

Calourada Verde

“Além de proporcionar sombra e ar fresco, essas árvores vão marcar a história de vocês. Daqui a alguns anos, mesmo depois de formados, vão passar por aqui e lembrar desse momento único”. Essa foi a saudação do professor do Instituto de Química e Biotecnologia, Vitor Lima, ao receber os novos estudantes da Ufal para o plantio de mudas no entorno do Restaurante Universitário (RU).

A atividade, realizada nesta tarde, contou com a presença da pró-reitora de Graduação, Sandra Regina Paz, e faz parte da Programação de Acolhimento promovida pela Universidade, apoiada pelas entidades estudantis.

Os alunos plantaram mudas de Ipê, Pau Brasil e Pata de Vaca, doadas pela Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma). Para evitar danos ao calçamento, as espécies e os locais para o plantio foram escolhidos com o apoio dos arquitetos da Sinfra e de engenheiros agrônomos do Ceca.

Ao falar para os discentes, o professor Vitor ressaltou a importância deles se apropriarem dos espaços da Universidade. “Quando nos sentimos pertencente a alguma coisa, somos movidos pelo compromisso, pela responsabilidade. Que vocês se sintam envolvidos pela Ufal e queiram cuidar da instituição. Ao encontrar uma luz acesa, apague-a; viu uma torneira pingando, feche-a; constatou algum problema, comunique”, ressaltou.