Superintendência do HU mantém diálogo com funcionários da Ebserh

Gestão pretende marcar reunião bimestral com a categoria


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Reunião aconteceu na última segunda-feira, 6
Reunião aconteceu na última segunda-feira, 6

Lenilda Luna - jornalista

Representantes dos trabalhadores da Ebserh iniciaram a semana em reunião com a nova superintendente do HU, Fátima Siliansky. De imediato, ela negou os boatos de que haveria um processo em andamento para demissão em massa ou adesão ao Pedido de Demissão Voluntária (PDV).

"Esses boatos são completamente infundados. No nosso discurso de posse, deixamos bem claro que não temos nada contra os trabalhadores da Ebserh. Muito pelo contrário, reconhecemos que sem esses trabalhadores o HU hoje não tem condições de funcionar", esclareceu Siliansky.

A superintendente ressaltou ainda que a proposta da gestão é ampliar e qualificar o atendimento à população e, não, reduzir, como aconteceria sem os trabalhadores da Ebserh. "O que nós queremos é retomar a autonomia da gestão da Ufal sobre o hospital. O HU deve voltar a ser um hospital voltado para a formação profissional e o atendimento aos usuários do SUS", destacou Fátima Siliansky.

Outras reivindicações

Durante a reunião, o representante do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsep), ao qual se filiaram vários servidores da Ebserh, colocou em discussão outras reivindicações da categoria que foram propostas como pauta. "Queremos que a portaria que estabelece a carga horária de 30 horas seja estendida aos funcionários da Ebserh, que hoje trabalham 36 horas semanais", disse o enfermeiro Manoel Bastos, do Sindisep. Quanto a essa questão, a superintendente garantiu que a portaria de 30h está sendo estudada para que seja regulamentada.

O representante do Sindsep também reivindicou mais participação dos trabalhadores da Ebserh na escolha das chefias. Mas, segundo a superintendente, será preciso antes discutir uma reestruturação desses cargos. "Há um excesso de chefias e será necessário rediscutir essa estrutura e até tentar enxergar outra estrutura. Os cargos mais importantes têm que ter pessoas com mérito, afinidade política e postura agregadora com relação a trabalhadores de diferentes vínculos", ressaltou Siliansky.

Representando os servidores da Ufal no Conselho Universitário, Gisele Vicente defendeu a autonomia da Ufal na gestão do Hospital Universitário. "Queremos melhorar o clima dentro da instituição, superando diferenças de tratamento entre os trabalhadores da Ebserh e os funcionários do RJU. O que precisamos pensar é que estamos trabalhando juntos em uma instituição importante para o Estado e precisamos ter compromisso. Todos os servidores devem ser tratados com o mesmo respeito", disse a servidora.

Falando pelo grupo de trabalho criado para analisar e buscar melhorias nos processos de trabalho no HU, Huayna Padilha falou das propostas para implantar uma gestão mais participativa no hospital. A professora Regina Maria dos Santos, gerente de Ensino e Pesquisa, ressaltou a importância de fortalecer a pesquisa que deve existir num hospital escola. "Temos vários editais para pesquisas e precisamos nos capacitar para apresentar projetos que sejam aprovados. Precisamos qualificar nossos profissionais e pesquisadores", disse.

Finalizando a reunião, a superintendente disse que a conjuntura para os trabalhadores é preocupante, porque existem projetos de lei, inclusive, para acabar com a estabilidade dos servidores do RJU, mas enfatizou que por parte da gestão da Ufal não existe proposta de demitir trabalhadores da Ebserh. "Pelo contrário, encaminhamos para a direção nacional a relação dos cargos vagos para que sejam chamados os aprovados em lista de espera", informou Fátima Siliansky. As questões levantadas na reunião foram registradas em Ata, para que tenham o devido encaminhamento.

Na reunião, ficou acordado ainda que haverá mesa de negociação bimestral, com a presença da gestão e representantes do sindicato dos trabalhadores da Ebserh, além da implantação do conselho consultivo com representações sindicais. A superintendente do HU também foi convidada para participar de plenária ampliada dos funcionários da Ebserh nesta quinta-feira, 9 de junho.

Sobre a Ebserh

A Ebserh foi criada em 2011 pelo Governo Federal com a proposta de modernizar a gestão dos hospitais universitários, mas desde o início, a empresa foi contestada por segmentos da sociedade que denunciavam como um meio para a privatização da Saúde. Na Ufal, a adesão à Ebserh foi aprovada numa reunião tumultuada do Conselho Universitário (Consuni), no final de 2013, e foi contestada judicialmente pelo Sindicato dos Trabalhadores da Ufal (Sintufal), mas a 4ª Vara Federal de Alagoas decidiu a favor da manutenção do contrato. 

O concurso realizado no início de 2014, ofereceu 727 vagas. Em novembro de 2014, foram empossados os primeiros funcionários, entre médicos, enfermeiros, nutricionistas e pessoal administrativo, com contratos regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). É um regime diferente dos funcionários mais antigos, que prestaram concurso dentro das regras do Regime Jurídico Único (RJU) dos servidores públicos federais.