Ufal divulga nota de repúdio à fusão do MCTI com Ministério das Comunicações

Outras entidades também se manifestaram contra a fusão dos ministérios


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Redação Ascom

Na manhã desta quarta-feira (8), o Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da Ufal, Alejandro Frery, divulgou uma nota de repúdio, em nome da gestão, referente à fusão dos ministérios da Ciência e Tecnologia com o das Comunicações, criando o novo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

A nota foi feita após uma reunião da gestão com o reitor em exercício, José Vieira.

Confira nota na íntegra:

A gestão da Universidade Federal de Alagoas manifesta a sua preocupação pelas consequências da fusão dos Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação, e das Comunicações. Esta gestão se soma às inúmeras vozes que se levantam diante desta medida de pífio impacto nas despesas públicas, principal motivo alegado para a fusão, mas que enfraquecerá a atuação de ambas pastas. Estes Ministérios trabalham desde perspectivas diferentes sobre objetos também diferentes, e com procedimentos, objetivos e missões distintos. Ações de reforço de setores vinculados à ciência, à tecnologia e à inovação, pilares do crescimento sustentável, são o que se espera de governos com uma visão progressista e socialmente referenciada, mas o atual governo interino sinaliza o rumo oposto: o da pretensa redução de gastos através de uma fusão sem justificativa convincente.

Dentre as entidades que já manifestaram repúdio a esta medida contam-se: Academia Brasileira de Ciências, Academia de Ciências do Estado de São Paulo, Academia Nacional de Medicina, Associação Brasileira de Universidade Estaduais e Municipais, Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores, Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras, Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica, Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa, Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I, Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação, Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

Diversas universidades também se posicionaram contra esta fusão, dentre elas: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal Rural do Rio Grande do Sul, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade Federal do ABC, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal do Vale do São Francisco, e Universidade Federal da Bahia.

A revista Nature, que é um dos mais importantes veículos científicos em circulação, reputou esta decisão como um retrocesso.

Não são apenas vozes ligadas a CTI que se manifestam contra esta fusão. O Fórum Nacional pela Democratização das Comunicações, por exemplo, também a considerou um retrocesso para as políticas públicas de inclusão, de estímulo cultural, de promoção de diversidade e redução de desigualdades.

A gestão da Universidade Federal de Alagoas, portanto, não é nem uma voz isolada nem um olhar crítico parcial sobre este ponto, e é dessa perspectiva que se soma aos que se posicionam contra a fusão.