Alagoanos discutem propostas para a Base Nacional Comum Curricular
Documento subsidiará a construção do currículo da Educação Infantil ao Ensino Médio em todo o país
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Ana Paula Lins - jornalista (Ascom-Educação)
Nesta segunda e terça-feira (4 e 5), a comunidade educacional alagoana estará reunida para discutir a segunda versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que reúne o conteúdo fundamental a ser ensinado da Educação Infantil ao Ensino Médio, servindo de subsídio para a formulação e implementação dos currículos e projetos político-pedagógicos das escolas brasileiras.
O assunto é tema de um seminário realizado na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) por meio de parceria entre a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e a União dos Dirigentes Municipais de Educação em Alagoas (Undime/AL). Nestes dois dias, além de debater a segunda versão da BNCC, os 300 participantes do seminário apresentarão novas propostas ao documento que, até o final de março, havia recebido 12 milhões de contribuições em sua versão preliminar.
Alagoas é o terceiro estado brasileiro a promover o seminário estadual da BNCC e, a partir das contribuições apresentadas, será gerado um relatório com as propostas do estado, procedimento que será repetido nas demais unidades da federação. Até o final do ano, o Comitê Gestor da BNCC deverá enviar ao Conselho Nacional de Educação (CNE) um resumo das contribuições de todos os estados brasileiros.
Representatividade - A secretária-executiva da Educação, Laura Souza, destacou a importância do seminário na busca pela oferta da Educação Básica almejada pelos brasileiros. “Em parceria com a Undime, levamos esta discussão para todas as instâncias possíveis, pois entendemos que se trata de um documento legítimo, construído a partir de propostas apresentadas por pessoas que vivenciam a educação. Este seminário será uma experiência muito rica, pois nos oportunizará construir uma Base Nacional que reflita a educação que queremos”, avalia.
Para Erundina Silva, representante do Ministério da Educação, o país vive um momento histórico com a BNCC. “Tivemos mais de 12 milhões de contribuições na versão preliminar do documento, o qual vai orientar estados e municípios na construção de seus currículos, sendo centrada em direitos e objetivos de aprendizagem. Por isso, é importante que ele represente aquilo que almeja a comunidade”, observa.
Liberdade de expressão – Em seu pronunciamento, a reitora da Ufal, Valéria Correia, disse que o evento é também uma oportunidade para discutir questões que preocupam a comunidade educacional, a exemplo de projetos de lei que limitam a liberdade de expressão em sala de aula.
“Como órgão que estabelece um forte diálogo e articulação com a Educação Básica, a Ufal se sente honrada em sediar este debate. Acreditamos que este momento também seja pertinente para rechaçarmos iniciativas que cerceiam a manifestação de pensamento, pois, a partir do momento em que a escola se torna um espaço onde não se pode expor ideias, não estamos fazendo educação”, frisa a reitora.
O evento contou ainda com a participação da comunidade estudantil. Denilson Soares e Danilo Alves, alunos da Escola Estadual Padre Teófanes, vieram de São José da Laje para representar sua unidade de ensino e contribuir com a construção da BNCC.
“É importante que o estudante participe de um evento como este e dê a sua contribuição, ajudando a sua comunidade escolar”, declara.
Metodologia – Nestes dois dias de seminário, os 300 participantes serão divididos em 14 grupos de trabalho onde serão discutidos objetivos de aprendizagem da Educação Infantil ao Ensino Médio.
Ao final da tarde de terça-feira, dia 5, o grupo volta a se reunir no auditório da Reitoria da Ufal para exposição dos encaminhamentos finais para o relatório que será enviado ao Comitê Gestor da BNCC.