Incubadora da Ufal cria Banco Comunitário para atender classes mais baixas
Com a lógica de finanças solidárias o Banco criou uma moeda social e dará apoio aos comerciantes de Igaci
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Manuella Soares - jornalista
Para promover o acesso a serviços financeiros e bancários a Incubadora Tecnológica de Economia Solidária da Ufal (Ites) inaugurou, na cidade de Igaci, o Banco Comunitário Olhos D’água. A ideia é atender populações mais pobres e excluídas do sistema financeiro ou em dificuldades de acesso ao crédito nos bancos comerciais.
A lógica de finanças solidárias do Banco Comunitário articula cinco eixos de ações: microcrédito solidário, moeda social, educação financeira, correspondências bancária e apoio à comercialização.
Essa experiência é pioneira no estado de Alagoas e foi constituída por meio do trabalho da Ites da Ufal, no Campus Arapiraca, em parceria com a Associação de Agricultores Alternativos (Aagra) e o Fundo para o Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Fundaf).
De acordo com o coordenador da Ites, o professor Leonardo Leal, a cidade de Igaci foi escolhida por se tratar de um território onde a organização associativista é considerada muito forte. São mais de 30 associações comunitárias em atividade, além de diversos outros programas e projetos em desenvolvimento.
Cerca de 70% dos comerciantes locais já aderiram ao sistema de moeda social intitulada Terra em Igaci. “Seu uso é restrito, circulando apenas entre consumidores locais, comerciantes, produtores e prestadores de serviços atuando na esfera da própria comunidade, visando gerar mais trabalho e renda na comunidade. Trata-se de um instrumento de desenvolvimento, destinado a beneficiar os grupos que participam da economia local”, destacou o professor Leonardo.
Sobre a Ites da Ufal
Para o processo de incubação, a Incubadora Tecnológica de Economia Solidária da Ufal contou com o apoio da incubadora da Universidade Federal da Bahia e com o financiamento do CNPq e da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), ligada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS).
“Foi realizado um trabalho de incubação que durou 15 meses, até a inauguração do banco comunitário. Foram realizadas diversas reuniões, assembleias, intercâmbios e oficinas de formação para o processo de constituição do empreendimento, passando por diferentes fases”, destacou o coordenador Leonardo Leal.
A partir de agora a Ites entra num novo ciclo do trabalho de incubação que consiste em consolidar o banco comunitário, ampliar as parcerias e diversificar os serviços oferecidos à comunidade.
Desde a criação do pioneiro Banco Palmas, em 1998, em Fortaleza-CE, esse trabalho se multiplicou e se consolidou como uma alternativa no campo da economia solidária. No Brasil somam-se mais de 110 experiências desse tipo, espalhadas por todo território nacional, formando a Rede Brasileira de Bancos Comunitários, que ganhou um novo membro em Alagoas.
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