Reitora defende a universidade pública em curso sobre Realidade Brasileira

Curso foi aberto nesta sexta-feira (12) e conta com a participação de representantes dos movimentos sociais


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Reitora participou da abertura e defendeu a Universidade Pública e Gratuita
Reitora participou da abertura e defendeu a Universidade Pública e Gratuita


Lenilda Luna - jornalista

A reitora Valéria Correia participou, na manhã desta sexta-feira (12) da abertura do Curso de Realidade Brasileira. O curso promovido pelo Núcleo de Saúde Pública (Nusp) da Ufal é voltado para representantes dos movimentos sociais e educadores populares. O objetivo é analisar a conjuntura política e social do país, tendo como referência sociólogos, educadores e historiadores a exemplo de Paulo Freire, Florestan Fernandes, entre outros intelectuais brasileiros.

Na abertura do curso, que está na terceira edição, a reitora falou do momento político complexo vivido pelas universidades brasileiras, com contingenciamento de verbas e propostas de cobranças de mensalidades. "Este curso se inicia em um momento onde é fundamental que a universidade pública dialogue com a sociedade, porque é para toda a sociedade que a universidade produz conhecimento", destacou Valéria Correia.

A reitora informou aos representantes dos movimentos sociais sobre o debate que a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) participou na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (9), para defender a valorização das universidades federais. "A pesquisa realizada pelo Fórum Nacional de Pró-reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace) aponta o processo de inclusão social, com as cotas. No Nordeste, 76,6% dos estudantes são da classe trabalhadora, com renda per capita familiar de até 1,5 salário", destacou a reitora.

Valéria Correia alertou ainda que há, com ajuda de parte da mídia nacional, a construção de um discurso de que as universidades públicas custam muito ao país e que são improdutivas. "Isso não é verdade. Temos 30% dos estudantes brasileiros em universidades públicas e produzimos 90% das pesquisas, que são necessárias ao desenvolvimento econômico e social do Brasil. Estamos sofrendo mais um contingenciamento de verbas de 20% para o orçamento de 2017, ao mesmo tempo em que surgem propostas de cobranças de mensalidades nos cursos de pós-graduação, como a PEC 395 em tramitação no Congresso", alertou a reitora.

Diante desse quadro político, a Valéria destacou a importância de representantes dos movimentos sociais defenderem a universidade pública, gratuita e socialmente referenciada. "Precisamos mobilizar a sociedade para abraçar as 63 universidades públicas existentes no país. Elas são fundamentais para a inclusão social e para que os estudantes de origem popular tenham oportunidades de melhorar a condição social de toda a família, além de colaborar para o desenvolvimento do país", concluiu.