Pesquisadores constatam sinais de recuperação dos peixes na Piscina do Amor

Criada a pouco tempo, área marinha é monitorada por pesquisadores da Ufal e técnicos do IMA


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Mero na Piscina do Amor
Mero na Piscina do Amor

Redação Ascom

Professores da Universidade Federal de Alagoas em Penedo realizaram, recentemente, mergulhos na Piscina do Amor junto com Biólogos do Gerenciamento Costeiro do Instituto de Meio Ambiente (IMA/AL). Eles constataram que, apesar de alguns sinais de degradação devido ao longo histórico de poluição, pesca e turismo excessivos e sem controle, além da influência das mudanças climáticas globais, o número e o tamanho dos peixes observados na Piscina do Amor são maiores do que nas áreas próximas como Ponta Verde e Piscinas Naturais da Pajuçara.

A Piscina do Amor continua a demonstrar a grande importância nas áreas marinhas protegidas, com efeitos diretos na geração de emprego e renda para pescadores, jangadeiros e agencias de turismo locais. Os peixes criados nessa região, ao sairem, naturalmente, das áreas marinhas protegidas repovoam áreas próximas, beneficiando os pescadores e atraem turistas que buscam nos mergulhos a diversidade de suas cores e formas.

Os mergulhos de monitoramento e fiscalização realizados pelo IMA revelaram grandes supresas. Três espécies ameaçadas de extinção foram observadas na Piscina do Amor: os pequenos Neon (Elacatinus figaro), o Grama brasileiro (Gramma brasiliensis) e o gigante Mero (Epinephelus itajara).

“O Neon é negro com faixa lateral amarela, pequenino, não ultrapassa 6 cm. Já o Grama brasileiro é extravagante, pois tem a cabeça roxa, corpo rosado e cauda amarela, não ultrapassando os 15 cm de comprimento e pesando poucas gramas”, detalhou o professor Cláudio Sampio. O Neon é também conhecido como peixe limpador, pois retira parasitas e tecido necrosado de peixes maiores, sendo responsável pela saúde deles.

De acordo com o pesquisador, por terem pequeno porte, essas espécies só chamam atenção dos mergulhadores mais atentos, enquanto que o Mero apresenta colorido discreto, esverdeado ao marrom, com manchas escuras espalhadas no corpo, e o grande porte impressiona, podendo alcançar mais de 2,5 m de comprimento e 450 kg.

“As ameaças a esses e outros peixes são os mesmos problemas que notamos quando vamos à praia: poluição e pesca não manejada. A primeira compromete a qualidade das areias e águas da principal área de lazer dos alagoanos e turistas, enquanto que a segunda inviabiliza o consumo de pescado, devido a raridade e o tamanho cada vez menor dos peixes, e preços cada vez maiores”, lamenta Sampaio.

O professor lembra que o Mero, o Neon e o Grama brasileiro foram pescados até a sua quase extinção dos recifes costeiros e piscinas naturais de todo o Brasil. Segundo ele, a pesca não poupava nem os pequenos, agravando ainda mais a situação. Sem peixes adultos para desovar e repovoar as áreas de pesca e turismo, o prejuizo já era algo projetado para aumentar com o passar dos anos.

Nos mergulhos realizados na Piscna do Amor, os professores e técnicos do IMA realizaram a técnica de foto-identificação do Mero, que utiliza as marcas naturais, incuindo manchas de seu colorido, que não se repetem, semelhante à impressão digital dos humanos, pensando na maior segurança dos peixes. O monitoramento prossegue em parceria com o Instituto Meros do Brasil, formando por especialistas nesses peixes. No litoral de Alagoas o Instituto já desenvole estudos voltados a sua conservação, utilizando a educação ambiental e a ampla divulgação da legislação.

Para saber mais e ajudar a conservação do Mero acesse www.merosdobrasil.org