Consuni vai convidar a Comissão Estadual da Memória e Verdade para apresentar relatório
Conselheiras querem saber mais sobre os fatos da Ditadura Militar relacionados à Ufal
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Ascom Ufal
Um requerimento, direcionado ao Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), foi apresentado durante a sessão ordinária da última segunda-feira (9). No documento, as conselheiras Lenilda Luna, Ana Vergne e Amanda Balbino referem-se à conclusão do relatório da Comissão Estadual da Memória e Verdade Jayme Miranda, que foi protocolado no Gabinete Civil do Governo de Alagoas, no dia 31 de agosto de 2017.
O relatório da Comissão Jayme Miranda, segundo notícias veiculadas na imprensa, cita vários fatos relacionados à Ufal, onde teriam ocorrido perseguições aos opositores do regime militar. A reitora Valéria Correia, como presidente do Consuni, informou que vai convidar o advogado Everaldo Patriota, presidente da Comissão, conforme solicitado pelas conselheiras, para uma sessão extraordinária do Consuni, aberta à toda a comunidade, onde o relatório poderá ser apresentado e entregue à Universidade.
As conselheiras solicitaram ainda que, diante dos fatos expostos, seja encaminhada uma consulta à comunidade universitária para alteração do nome do auditório da reitoria, com até seis opções indicadas pelo Conselho Universitário, que tenham tido algum tipo de vínculo com a Universidade Federal de Alagoas, que não estejam mais vivos e que tenham sofrido perseguição durante a Ditadura militar.
A conselheira Lenilda Luna, em nome das conselheiras que assinaram o requerimento, ressaltou a importância de fazer jus a memória dos que lutaram por liberdade e democracia na Ufal. “A universidade foi palco também de perseguições e injustiças. Tivemos estudantes expulsos, porque assumiram a posição contrária à ditadura militar. Enquanto Conselho Universitário, devemos uma reparação histórica aos que foram presos e torturados”, declarou a conselheira.
A reitora informou que a sessão extraordinária será convocada e a consulta à comunidade universitária também será encaminhada. “Esse é um debate importante para que os mais jovens saibam o que foi a ditadura, a tortura e a censura. É preciso, sobretudo nos dias de hoje, com tantos retrocessos, que entendamos a importância de não nos omitirmos diante das injustiças, para que esse período obscuro da nossa história não se repita”, destacou Valéria Correia.