Culto ecumênico marca confraternização natalina na Ufal
Hall da Reitoria centralizou a solenidade aberta à comunidade
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Diana Monteiro- jornalista
Celebrações religiosas, discursos evocando a comemoração natalina e apresentação artístico-cultural pautaram a solenidade de confraternização da Universidade Federal de Alagoas na manhã desta terça-feira (19), no hall da Reitoria, Campus A. C. Simões. A ação mobilizou representantes dos três segmentos universitários, prestadores de serviços e comunidade em geral.
Evocando o significado da fraterna data, como é o Natal, o culto ecumênico contou com a participação da reitora honorária da Ufal Delza Gitai; do pastor Antônio Moura, da Igreja Shekinah; da Mãe Ana, do Ilê Ace Iyamin de Sê; e do representante do Grupo de Orações Universitárias (GOU), o leigo Paulo Henrique dos Santos Silva, também membro da Pastoral Universitária, da Paróquia Universitária de Santa Teresinha de Lisieux e egresso do curso de Ciências Sociais da Ufal.
O amor ao próximo, a tolerância e a esperança, foram especialmente abordadas pelos celebrantes dando tônica a todas as falas. Na oportunidade, Mãe Ana convidou o pastor Antônio Moura para juntos rezarem a oração Pai Nosso e se confraternizaram com um grande abraço. “Que Natal seja todo o dia e que todo dia a gente se lembre de que hoje eu vou ser melhor do que fui ontem”, destacou Delza Gitai, citando passagens bíblicas, sugerindo que todos cantassem e se confraternizassem, embalados pelo som da canção Natal todo dia, do Grupo Roupa Nova.
A parte cultural ficou sob a responsabilidade do Grupo de Capoeira Malungos Mandigueiros, formado por crianças e adolescentes da comunidade de Santa Maria, localizada no bairro do Tabuleiro dos Martins e do cantor e compositor Gustavo Gomes, acompanhado no pandeiro da estudante Daiane Ross.
Ao destacar a importância da solenidade e da celebração da data, o vice-reitor José Vieira destacou que o Natal não é uma ideia que pertence a uma cultura ou a um momento, mas a várias culturas e a muitos momentos e que só há felicidade se for compartilhada com outros.
Esperança e resistência
A resistência das universidades públicas, que continuam gerando conhecimento e contribuindo com o amplo desenvolvimento da sociedade, foi contextualizado pela reitora Valéria Correia durante a solenidade de confraternização natalina. A política econômica atual que pune as instituições com corte de recursos, cuja situação, segundo ela, tende a se agravar em 2018 e os ataques e perseguições vividas por dirigentes universitários, com a prática de prisões e condenações irregulares, também foram citados, na oportunidade, pela reitora. Ela ainda destacou a positividade das universidades como força e superação dos inúmeros desafios em curso:
"A herança construída pelas 63 universidades públicas do país e seus 328 campi em funcionamento na promoção da produção acadêmica e científica, elevou a universidade brasileira do 23º lugar para o 13º mundo na área de pesquisa. A universidade é um patrimônio da sociedade e a Ufal nesse contexto tem total compromisso com o desenvolvimento social, econômico e cultural em Alagoas. Mesmo com tantos desafios e dificuldades, continuamos avançando, continuamos resistindo para a busca do crescimento qualificado e referenciado”, enfatizou Valéria destacando a importância do Hospital Universitário (HU) na saúde de pública do Estado, a realização da edição de 2018 da Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Avanço da Ciência) na Ufal, assim como a do 1º Fórum Social, além de inaugurações de espaços universitários, como o Complexo Esportivo do Instituto de Educação Física e Esporte no próximo ano.
Ao reforçar que é preciso resistir e ter sempre esperança, Valéria citou a conhecida definição de Paulo Freire sobre o que é esperança:
“É preciso ter esperança. Mas tem de ser esperança do verbo esperançar’.Por que isso? Por que tem gente que tem esperança do verbo esperar. Esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Ah, eu espero que melhore, que funcione, que resolva. Já esperançar é ir atrás, é se juntar, é não desistir. É ser capaz de recusar aquilo que apodrece a nossa capacidade de integridade e a nossa fé ativa nas obras. Esperança é a capacidade de olhar e reagir àquilo que parece não ter saída. Por isso, é muito diferente de esperar; temos mesmo é de esperançar”!.