Professor é empossado membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências
Francisco Fidelis, do Instituto de Física, recebeu a titulação para o período de 2017 a 2021
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Letícia Sant’Ana - estagiária de Jornalismo
Um número de circo despertou na infância o interesse de Francisco Fidelis pela ciência. Foi o globo da morte, espetáculo com motoqueiros se movendo dentro de um esfera de metal, que chamou a atenção do menino para questões da física. “Eu escolhi essa vida, ou ela me escolheu, bem cedo”.
Durante o primeiro período de graduação em Física na Ufal, Francisco integrou um grupo de pesquisa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) em Matemática. Entretanto, o professor Hilário Alencar, orientador do grupo, percebeu que o talento do estudante era mesmo a Física e permitiu que Francisco continuasse vinculado ao projeto mesmo trabalhando com uma área diferente. A iniciação científica na Física foi orientada pelo professor Marcelo Leite Lyra, considerado por Francisco como seu mentor. “No terceiro ano da faculdade, tive o prazer de ter um artigo aceito em uma revista internacional em colaboração com o professor Marcelo Lyra. Eu tinha 19 anos no máximo. Foi uma grande satisfação, lembro que fiquei semanas olhando para as páginas do trabalho como se fosse um grande montante de dinheiro”, contou.
O mentor seguiu orientando Fidelis até o mestrado, que rendeu duas publicações internacionais. “Meu doutorado foi um tempo muito produtivo: publiquei bons artigos, mantive uma boa relação com o grupo da Ufal, participei ativamente de diversas etapas da logística do laboratório de física teórica e computacional da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e isso me deu uma experiência interessante sobre como montar clusters computacionais de alto desempenho, uma ferramenta importante em minha área”, disse.
Fora do ambiente acadêmico, o professor da Ufal se dedica à composição de peças instrumentais para violão e bandolim, paixão que começou na Universidade. “A liberdade que o mundo universitário propicia, associado com a remuneração obtida através da bolsa do Pibic, me permitiu uma dedicação a esses instrumentos”, reveleou. Francisco Fidelis desenvolveu uma rápida carreira como músico na noite alagoana, acompanhando cantores em pequenos shows pela capital e participando de gravações locais. “A música é uma janela entre o meu mundo e a realidade de uma vida em sociedade”, afirmou.
Agora, membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências (ABC) até 2021, o professor define a titulação com uma palavra: sonho. “A ABC reúne as melhores e mais produtivas mentes do país. Participar deste grupo é uma experiência única, um verdadeiro sonho. Sem dúvida, minha atuação será ativa e com o intuito de somar dentro do contexto de lutar por um ambiente científico produtivo e rico no Brasil”, completou.