Ufal integra Plataforma Zebrafish do Instituto Butantan

Plataforma proporciona a implantação de um biotério com capacidade para criar até três mil peixes adultos


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Coordenadora Mônica Lopes (centro) com as pesquisadoras Adriana Ximenes e Aline Fidelis (Fotos: Daniel Araújo)
Coordenadora Mônica Lopes (centro) com as pesquisadoras Adriana Ximenes e Aline Fidelis (Fotos: Daniel Araújo)

Diana Monteiro - jornalista

Um seminário realizado na manhã desta quinta-feira (23) marcou mais uma etapa da fase de implantação da Plataforma Zebrafish, do Instituto Butantã - São Paulo, na Universidade Federal de Alagoas. A atividade, ministrada pela diretora do Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada do citado Instituto, Mônica Lopes, no auditório do antigo Csau, no Campus A. C. Simões, contou com a participação de alunos de diversas áreas, especialmente, Ciências Biológicas, Farmácia e Agrárias.

O evento contou também com a participação da diretora do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), Iracilda Moura, e do representante da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propep), André Lage. 

A Ufal passa a integrar a Rede Zebrasfish com outros centros de pesquisa, o que vai proporcionar a instalação de um biotério com capacidade para criar até três mil peixes adultos do tipo paulistinha, também conhecido como zebrafish. Possibilitará ainda a realização de pesquisas na área de saúde, cuja espécie tem sido usada como modelo em pesquisas científicas.

A coordenadora da Rede e responsável pelo Centro de Toxinas, Resposta Imune e Sinalização Celular do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CeTICS), Mônica Lopes, destacou os avanços dos estudos científicos no Brasil e no mundo utilizando a espécie Zebrafish, que chegam a ultrapassar mais de três mil publicações de artigos. Informou que o primeiro artigo sobre a espécie foi publicado em 1981 pelo pesquisador George Streisenger, considerado o introdutor do peixe como modelo de animal para pesquisa científica pesquisa; já no Brasil, a primeira publicação sobre o assunto foi em 2014.

Ela enfatizou que são inúmeros os livros sobre estudos com a espécie para aplicação em diversas áreas. No Brasil, o estado que mais se destaca em publicações é o Rio Grande do Sul. “Fazem ainda pesquisa utilizando a espécie os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Distrito Federal (Brasília), Amazonas, Pará, Ceará e, agora, chegou a vez de Alagoas por meio da Ufal”, diz Mônica.

Alavancar pesquisas

Espécie bastante conhecida, por ser facilmente criada em aquário, o Zebrafish é nativo do Sul da Ásia e encontrado em rios calmos e rasos e nas plantações de arroz e juta. A espécie alimenta-se de uma ampla variedade de zooplâncton, insetos, algas e outros materiais orgânicos e não gosta viver sozinha. O tempo de vida é de 2 a 3 anos, tem pequeno porte (3 a 5 cm) e quando atinge a fase adulta trabalha com todos os estágios de vida.  É dotado de genoma sequenciado (70% de seus genes são semelhantes aos genes humanos).

Ao discorrer sobre as pesquisas voltadas à área de saúde, Mônica citou que, dentre as vantagens da espécie para a tal finalidade, estão a alta taxa de reprodutividade (100 a 200 embriões por dia), o fato de possuir embriões transparentes, o rápido desenvolvimento, além da criação econômica e fácil manipulação genética.

Ao dimensionar a abrangência para os estudos de feita com o Zebrafish, a pesquisadora do Butantan  destacou que a espécie serve para estudos em diversas áreas por possuir grande potencial para inúmeras pesquisas.“Já existem pesquisas contemplando algumas áreas como: ecotoxidade;  nanopartículas; poluentes ambientais; toxina tetânica; validade de teste toxicológica; estudos de venenos de animais e suas toxinas”, frisou.

No período de 15 a 26 de maio, as pesquisadores Adriana Ximenes, do ICBS, e Aline Fidelis, da Escola de Enfermagem e Farmácia (Esenfar), estarão visitando Instituto Butantan para a realização de experimentos, marcando mais uma etapa no processo inicial de implantação da Plataforma na Universidade Federal de Alagoas.