Ufal integra Rede Nacional de Pesquisa em Biotecnologia Marinha

A BiotecMar é articulada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI)


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Diana Monteiro - jornalista

A Universidade Federal de Alagoas está entre as doze instituições que participam das pesquisas para estudos inovadores sobre o ambiente marinho da Rede Nacional de Pesquisa em Biotecnologia Marinha (Biotecmar), articulada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI) e lançada no final de 2016.  A rede tem como objetivo desenvolver estudos inovadores sobre o ambiente marinho visando colocar o Brasil mais próximo da liderança mundial em tecnologia e bioeconomia marinha nos próximos dez anos.

A BiotecMar é formada por quatro redes de pesquisas que já existiam coordenadas por pesquisadores das universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Pernambuco (UFPE), e do Rio de Janeiro (UFRJ), além da Universidade do Rio Grande (FURG). Na Ufal os estudos científicos estão sob a coordenação da professora Melissa Fontes Landell,  do campus em Maceió e conta com a colaboração do professor Leonardo Broietto, do curso de Biologia do Campus Arapiraca.

Dentro da rede nacional a instituição alagoana integra o subprojeto denominado de Rede Mar Ativo responsável pelas pesquisas com foco na biopropecção de moléculas obtidas por microrganismos marinhos para utilização na indústria farmacêutica. “A proposta é prospectar estes microrganismos, a partir do ambiente marinho, coletados para as pesquisas pela equipe no litoral de Alagoas e, avaliar atividades biológicas como antifúngicas, antiviral e anti-inflamatório, além de estudar a diversidades destes microrganismos e descrever possíveis espécies novas para a ciência”, enfatiza Melissa. Ela acrescenta que a ideia também é ampliar os pontos de coletas, a exemplo da Área de Proteção Ambiental (APA) dos Corais, até o vizinho estado de Pernambuco.

A Rede Mar Ativo tem a coordenação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e participação também da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), assim como da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), deste Estado.

Estudo e publicações

Os estudos científicos na Ufal são desenvolvidos no Laboratório de Diversidade Molecular, instalado no Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), sob a responsabilidade de Melissa Landell. Conta com participação de alunos da graduação e pós-graduação dos cursos de Biologia e Farmácia. O professor Leonardo Broetto, além de colaborar com as pesquisas, também participa da orientação dos alunos veiculados ao projeto.

Melissa adianta que, dos estudos desenvolvidos, que resultaram da inclusão da Ufal na rede nacional, já houve, até o momento, a publicação de três artigos em revistas científicas de alto impacto internacional na área. São elas: Archives of Microbiology (Alemanha) ; Marine Pollution Bulletin (Inglaterra); e Mycopathologia ( Holanda).

Potencial econômico

No documento de criação da rede nacional é destacado que a vasta área marinha do Brasil, de cerca de 4,5 milhões de metros quadrados, é fonte potencial para a descoberta de novas moléculas e produtos biotecnológicos de grande valor para a economia do país. A possibilidade de atuação compreende diferentes áreas como farmacose bioativos; cosméticos; aquicultura e pesca; energias renováveis; e alimentos. Além das redes em atuação, a BiotecMar visa reunir grupos de pesquisa em biotecnologia marinha de todas as regiões brasileiras.