Arte da palhaçaria atrai alunos da Ufal
Eles buscaram aprender técnicas com as palhaças internacionais Hélène e Tanja
- Atualizado em
Simoneide Araujo – jornalista colaboradora
Caras, bocas, leveza, flexibilidade e muita dedicação. Essas são algumas técnicas necessárias para se entrar no mundo da palhaçaria. E é isso que 22 alunos do curso de licenciatura em Teatro da Universidade Federal de Alagoas buscaram desenvolver ao participarem de oficina com as artistas internacionais Hélène Gustin e Tanja Simma, que dão vida às palhaças Colette Gomette e Anna de Lirium.
Elas vieram a Maceió a convite do Clowns de Quinta, coordenado pelo professor Ivanildo Piccoli e formado pelos estudantes Elaine Lima, David Oliveira e Nathaly Pereira. O grupo de pesquisa tem como linha de estudo a comicidade e utiliza a linguagem circense e a arte do Palhaço. A iniciativa teve apoio da Ufal e da Diretoria de Tetaro de Alagoas (Diteal), que disponibilizou a estrutura do Complexo Cultural Teatro Deodoro para a realização da oficina.
Pela primeira vez em Maceió, Hélène Gustin e Tanja Simma disseram que os alunos são muito generosos por confiarem no trabalho desenvolvido por elas. Sobre se esse grupo vai seguir esse caminho, Hélène afirma que depende do que eles querem e do que vão fazer depois. “É um longo processo para ser palhaço e não é apenas um workshop que vai torná-los palhaços de sucesso. É preciso trabalhar muito e estar em constante aprendizado. O que fizemos foi buscar a sensibilidade de cada um e mostrar que eles não devem ter medo da timidez, de se expor”, afirmou.
Durante três dias a turma pode aprender a lidar com os movimentos, a soltar o corpo, a voz e sem ter medo de errar. Para Elaine Lima, aluna de Teatro e palhaça, foi um crescimento muito grande poder aperfeiçoar a prática que já desenvolve com a pesquisa do Clowns de Quinta. “Elas [Hélène e Tanja] estão nos proporcionando lapidar esse palhaço que estamos construindo ao longo da nossa pesquisa”, descreveu.
Elaine considera que o trabalho que Hélène e Tanja fizeram durante a oficina instiga a melhorar sua atuação. “Foi muito gratificante e vai nos ajudar a crescer cada vez mais como palhaço, o olhar sobre o palhaço, fazendo compreender mais esse olhar dentro da gente e o novo, o que percebemos do nosso corpo. Para quem já atua com palhaçaria, foi importante esse encontro e esse start para entendermos melhor nosso corpo e aprendermos a olhar para outros ângulos, porque, na prática, já estamos tão acostumados a ir por um caminho e, aqui, vimos que há muito mais coisas para explorar”, completou.
Gessyca Geyza considera muito positiva a proposta do Clowns de Quinta trazer para Maceió duas palhaças de referência internacional. “Pudemos conhecer o trabalho de Hélène e Tanja e participar de uma maneira bem acessível. É a minha primeira oficina de palhaçaria e o fato de puder fazer isso aqui em Maceió e com duas profissionais mulheres, num universo tão masculino como é esse da palhaçaria, é muito interessante; sinto-me muito mais representada. A oficina foi incrível. Eu trabalho muito mais como atriz e aqui foi um espaço que me possibilitou errar, falhar e encontrar no meu erro um potencial; isso foi muito positivo”, disse.
As palhaças
Hélène Gustin é palhaça Colette Gomette, comediante-palhaça, dançarina e professora de Teatro, formada na Escola de Arte Dramática Charles Dullin, de Paris. Atuou na França, Bélgica, Portugal, Chile, Brasil, Colômbia, Canadá e Áustria e também faz intervenções em hospitais com Le Rire Médecin, projeto de palhaçaria, desde 1996.
Já Tanja Simma dá vida à palhaça Anna de Lirium. Educada na universidade para música, atua em Viena e na École de Mime et Clown, na França. Foi a primeira mulher artista austríaca no Cirque Du Soleil e fez parte da primeira produção de Palazzo, em Viena. Desde 2012, quando completou 25 anos de palco, ela fez turnê em muitos países como Espanha, Portugal, Finlândia, Bélgica, Suíça, Alemanha, Brasil e Colômbia.