Evento sobre história e memória de Alagoas marca uma década do ICS
Nesta quinta-feira (23), último dia de atividades, serão realizados colóquios, exibição de filme e lançamento de revista
- Atualizado em
Thâmara Gonzaga – jornalista com colaboração de Ascom Fapeal
Um bate-papo cheio de história e reflexões com o professor aposentado da Ufal, Luiz Sávio de Almeida, nessa quarta-feira (22), deu continuidade à programação da jornada que comemora os dez anos do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade. A abertura do evento foi na noite da última terça-feira (21), com realização de palestra e entrega de medalhas a professores homenageados.
Sávio de Almeida, escritor e pesquisador reconhecido pela vasta produção acadêmica sobre os aspectos sociais de Alagoas, compartilhou com os presentes fatos econômicos, políticos e peculiaridades que marcaram a formação histórica da sociedade alagoana. A conversa foi mediada pelo professor do ICS, Fernando Rodrigues.
Após o colóquio, os participantes assistiram ao filme História Brasileira da Infâmia, com os comentários do diretor Werner Salles Bagetti. Na sequência, foram realizados mais dois momentos de palestras com docentes do Instituto de Ciências Sociais.
Programação do dia 23 de março
As atividades do último dia de programação da jornada começam às 13h30, no auditório do Centro de Interesse Comunitário (CIC), com o colóquio Uma contribuição extramuros às Ciências Sociais em Alagoas: Dirceu Lindoso, com as presenças do docente de Antropologia do ICS, Bruno Cavalcanti, e do historiador alagoano homenageado pelo Instituto, Dirceu Lindoso.
Haverá ainda a exibição do filme Calabar, com os comentários do diretor Hermano Figueiredo, exposição de fotos, vídeos, banners e o lançamento da Revista Mundaú.
O encerramento do evento será com o colóquio Construtores do pensamento social alagoano. Confera no anexo os detalhes da programação.
Abertura teve homenagens
A comemoração pelos dez amos de existência independente do Instituto de Ciências Sociais (ICS) foi iniciada em solenidade na noite da terça (21), no auditório da Reitoria, com mesa de abertura, palestras e homenagens.
O ponto alto foi a palestra Sobre o pensamento social brasileiro: em torno de algumas contribuições alagoanas, da antropóloga Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros, doutora Honoris causa pela Ufal e pela UFRJ.
A fala destacou principalmente a contribuição do médico, intelectual e ativista Arthur Ramos (1903-1949). Em 1949, em Paris, ele chegou a ser diretor do Departamento de Ciências Sociais da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O evento também instituiu a medalha Manuel Diégues Junior, que homenageou a socióloga Tânia Nobre de Medeiros, a cientista social Belmira Magalhães, o historiador Sávio de Almeida, o escritor Dirceu Lindoso e a própria Luitgarde Barros, além de uma homenagem póstuma ao ex-professor do ICS Paulo Décio de Arruda Mello, representado pela médica Silvana Cavalcante, que foi sua companheira.
O professor Emerson Oliveira do Nascimento, diretor do ICS, agradeceu o aporte financeiro concedido ao evento pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), representada na mesa de abertura pelo seu diretor-presidente, professor Fábio Guedes e pelo Diretor Executivo de CT&I, professor João Vicente Lima. A organização da jornada também contou com a colaboração da empresa júnior Focus, do curso de Ciências Sociais da Ufal.
“Sobretudo neste momento, onde a gente atravessa uma fase de cortes orçamentários significativos, é sempre preciso destacar o papel que a Fapeal vem exercendo junto à comunidade acadêmica local, seja no patrocínio à pesquisa, editoração ou às atividades científicas como um todo, no Estado”, destacou o professor Emerson.
“Que daqui a dez anos possamos comemorar mais cursos dentro do ICS e uma pós-graduação em Ciências Sociais de muita qualidade”, comentou o professor Fábio Guedes.
O Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da Ufal, professor Alejandro Frery, na ocasião representando a reitora Valéria Correia, ressaltou o papel dinâmico dos cientistas sociais. “Quando você entende um objeto e passa a dialogar com este objeto, ele muda, então temos uma responsabilidade gigantesca. É assim que o ICS vai continuar honrando essas palavras tão importantes ‘história’ e ‘memória’, dando sua contribuição fundamental para entender e, sem dúvida, melhorar nossa sociedade”, destacou.
O reitor da Universidade Estadual de Alagoas, professor Jairo Campos, também prestigiou a ocasião.