Laboratório da Ufal disponibiliza Sistema para monitorar cobertura vegetal da Caatinga

SimaCaatinga tem capacidade para abranger toda a região semiáriada brasileira


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Sistema tem a coordenação do professor Humberto Barbosa e foi concebido para o monitoramento e alerta da cobertura vegetal da caatinga
Sistema tem a coordenação do professor Humberto Barbosa e foi concebido para o monitoramento e alerta da cobertura vegetal da caatinga

Diana Monteiro - jornalista

A área de agricultura familiar do país ganhou um importante aliado para o fortalecimento das atividades na área, com a recente plataforma criada pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas em parceria com o Instituto Nacional do Semiárido (Insa/ MCTIC). Denominado de SimaCaatinga, o sistema permite o acesso a  informações do ecossistema dessa região e também dos padrões de precipitações, considerados fundamentais para a atividade de  agricultura familiar no semiárido brasileiro onde vivem mais de 23 milhões de habitantes. 
Instalado no Instituto de Ciências Atmosféricas (Icat), no Campus A. C. Simões, o sistema tem a coordenação do professor Humberto Barbosa e foi concebido para o monitoramento e alerta da cobertura vegetal da caatinga utilizando imagens de satélite. Também serve como suporte para a comunidade científica que desenvolve estudos sobre a caatinga. A recém-criada plataforma permite monitorar as condições de seca e desertificação e gera mapas para cada mês.
 
Humberto destaca que o monitoramento e alerta da cobertura vegetal são fundamentais no sentido de diminuir a vulnerabilidade do pequeno produtor rural que depende de informações sistematizadas, sobretudo para o plantio e para o cultivo de sequeiro. Permitem subsidiar a agricultura familiar, diminuindo a escassez de informações sistematizadas para os 1.135 municípios do Semiárido brasileiro.
 
O SimaCaatinga integra o Projeto de Pesquisa Monitoramento de Seca e Desertificação, do Insa, e auxilia nas informações do estado de saúde da vegetação, mas também das áreas degradadas, segundo Humberto, o que é fundamental para a região semiárida brasileira, principalmente para a gestão ambiental e a gestão de informações para os tomadores de decisão. E acrescenta: "o sistema vinha sendo pensado há mais de três anos, baseado na capacidade que o Laboratório Lapis da Ufal tem com imagens de satélites, recebidas em tempo real, produtos esses que permitem e permitiam o monitoramento dos ecossistemas da caatinga. Porém, ainda faltava uma plataforma que proporcionasse que as informações fossem sistematicamente disponibilizadas para a sociedade, principalmente para as instituições acadêmicas, públicas e privadas que passam a ter com o SimaCaatinga informações sistematizadas da cobertura vegetal por meio de imagens de satélite”, reforça o pesquisador, referência nacional e internacional na área de desastres naturais.
 
Auxílio à agricultura
 
Humberto Barbosa explica que a partir das informações recebidas as prefeituras dos municípios localizados na região, podem disponibilizar para o pequeno agricultor informações sobre seca e precipitações, sobretudo no período que o pequeno agricultor precisa para desenvolver o cultivo agrícola em áreas da região semiárida, como é o caso também das áreas secas do estado de Alagoas.
 
O SimaCaatinga vem colaborar com o projeto do Insa e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), permitindo assim, a elaboração de políticas públicas, segundo Humberto, não só para as secas, mas também afetadas pelo processo de desertificação e áreas degradadas. “Existe uma ligação direta entre agricultura familiar, perda de vegetação e desertificação. A migração é o impacto direto nessa região semiárida, onde o agricultor tendo suas terras inférteis, sai para outras áreas ou grandes cidades para que possa manter seu sustento”, frisou.