Ufal terá investimento de R$ 2 milhões da Aneel para eficiência energética

A proposta apresentada em parceria com a Eletrobras Alagoas garante a instalação de uma miniusina solar, entre outras ações


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Na reunião foram discutidos os detalhes para a instalação da usina solar
Na reunião foram discutidos os detalhes para a instalação da usina solar

Lenilda Luna - jornalista

A reitora Valéria Correia reuniu-se, na última sexta-feira (7), com integrantes da Comissão Interna de Conservação de Energia (Cice) para debater uma ótima notícia: a aprovação do projeto da Ufal apresentado para concorrer ao edital de Eficiência Energética e Minigeração em Instituições Públicas de Educação Superior da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

"O nosso projeto foi aprovado sem restrições ficando em quarto lugar no geral, de um total de 11 projetos aprovados sem restrições, obtendo uma pontuação média igual a 4, representando a terceira melhor nota entre os 27 projetos submetidos. A pontuação total no projeto de Eficiência Energética foi igual a 23, representando a quinta melhor nota", comemorou a reitora Valéria Correia, parabenizando os pesquisadores responsáveis pela elaboração.

Segundo o professor André Aquino, que coordena a Cice, o projeto aprovado em parceria com a Eletrobras Alagoas representará um investimento de R$ 133,3 mil na parte de iluminação empregando lâmpadas de LED R$ 826,54 mil na miniusina solar fotovoltaica e mais de R$ 1 milhão no projeto de pesquisa e desenvolvimento, nas temáticas de eficiência energética e geração distribuída solar fotovoltaica, totalizando R$ 2.125.425,60 de investimentos na Universidade. Este projeto conta com a participação de funcionários da Eletrobras Alagoas e professores dos cursos de Engenharia Civil (Ctec), Engenharia da Computação (IC) e Engenharia de Energias Renováveis (Ceca), além de alunos de graduação e mestrado.

A economia que a implementação do projeto representará para a Universidade será significativa. "Serão no total 1.520 lâmpadas substituídas, representando uma economia anual de energia de aproximadamente R$ 32,4 mil, com base num cálculo conservativo, assumindo oito horas diárias de uso da biblioteca apenas nos dias úteis da semana. Assumindo 25 mil horas de vida útil para a lâmpada de LED e 2000 horas de uso durante o ano, em 12 anos e meio de vida útil das lâmpadas, a Universidade economizará aproximadamente R$ 406 mil de energia", informou o professor André Aquino.

A troca de lâmpadas fluorescentes por LED na Biblioteca Central, que já foi iniciada pela Superintendência de Infraestrutura (Sinfra) com recursos próprios e que será complementada com o projeto, também representa um ganho para a saúde dos usuários. "As lâmpadas de LED são mais eficientes e duráveis, além de não emitirem radiação infravermelha e ultravioleta, evitando danos à pele dos usuários e ao acervo da biblioteca. As lâmpadas fluorescentes tubulares, que serão substituídas, apresentam uma potência de 40W, enquanto as de LED tubulares equivalentes apresentam 18W, menos da metade da potência da lâmpada fluorescente", acrescentou Aquino.

A economia de energia será ainda mais significativa com a instalação da  miniusina solar fotovoltaica com 150kWp de potência, visando a geração de energia. A miniusina será instalada entre a Biblioteca Central e a Reitoria, e ocupará uma área de aproximadamente 1.600 metros quadrados. "As atividades relacionadas aos projetos de infraestrutura e à licitação da miniusina já iniciaram, e sua instalação pode ocorrer ainda este ano. Esse equipamento vai representar uma economia anual de aproximadamente R$ 83,7 de energia. Considerando 20 anos de vida útil dos painéis solares, a Universidade economizará R$ 1,6 milhão de energia", destaca o pesquisador. 

A participação da Ufal na concorrência foi motivada por um informe da Aneel durante a reunião da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes). "O próprio Paulo Barone, secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, passou os informes sobre o edital para os reitores. Imediatamente vi uma oportunidade tanto de estímulo à pesquisa quanto de eficiência energética que o grupo de trabalho abraçou e respondeu com muita eficiência. Parabenizo aos pesquisadores pelo projeto aprovado que será de grande importância para a Universidade", ressaltou a reitora da Ufal,  Valéria Correia.

Comissão Interna de Conservação de Energia 

O GT Energias começou a ser formado no primeiro trimestre de 2016. A primeira reunião aconteceu em junho do ano passado (veja matéria sobre o assunto ). No início deste ano, o GT Energias tornou-se uma Comissão Interna de Conservação de Energia (Cice), composta pelos pesquisadores: André Luiz Lins de Aquino, Heitor Soares Ramos, Wellinsilvio Costa dos Santos, Márcio Cavalcante, Cicero Rita da Silva, e Igor Cavalcante Torres. O trabalho da Cice é propor a adoção de normas internas de eficiência que propiciem maior eficácia na utilização de energia elétrica, implementar, acompanhar e divulgar medidas de utilização racional de energia elétrica, acompanhar o faturamento de energia elétrica e elaborar relatório dos resultados alcançados em função das metas que forem estabelecidas, entre outras tarefas descritas na portaria de criação da comissão.

Quando a Cice recebeu a proposta da reitora para participar da concorrência do edital, estabeleceu alguns passos. "O primeiro foi a Chamada Interna, por intermédio dos representantes do GT, para que os pesquisadores de cada unidade da Ufal  enviassem propostas de projetos na temática do edital. Quisemos assim garantir uma ampla divulgação e possibilitar a participação dos pesquisadores. Depois tivemos uma reunião com os interessados e definição dos passos para a submissão da proposta. Cada interessado nos enviou uma subproposta que foi encaminhada para a Eletrobras, onde definimos, com base nas ideias apresentadas pelos pesquisadores, como seria a proposta a ser submetida à Aneel", relatou o pesquisador André Aquino.

Em paralelo, a Eletrobras realizou uma inspeção em alguns prédios do Campus A. C. Simões para definir as melhores ações de eficiência energética. "Foram feitas três visitas e ficou definido que as ações de eficiência energética iriam se concentrar no prédio da Biblioteca Central. Todo esse processo durou cerca de quatro meses [de 12 dezembro de 2016 até 20 de abril de 2017]. Após a submissão, passamos na primeira etapa e fomos convocados para uma apresentação presencial em Brasília, no dia 25 de maio, realizada pelo professor Márcio Cavalcante do Centro de Ciências Agrárias, que é o coordenador do projeto", acrescentou Aquino.

Curso de Engenharia Elétrica

Durante a reunião, os pesquisadores aproveitaram para apresentar à reitora Valéria Correia uma proposta de criação do Curso de Engenharia Elétrica na Ufal. A reitora recebeu o projeto e garantiu o empenho para implementár. "Vamos nos reunir com a Prograd para ajustarmos a parte introdutória do documento, que foi elaborado pela comissão composta pelos professores Wellinsilvio (Ctec), Cícero Rita (Campus do Sertão) e Nazaré (Ctec). Queremos o quanto antes apresentar esse projeto ao Conselho Universitário (Consuni), concluiu Aquino.