Nomeação de objetos para crianças autistas é pesquisa da Ufal premiada na SBPC 2018
Estudo faz parte do mestrado da estudante Rafaela de Melo Franco, e recebeu menção honrosa durante a Reunião
- Atualizado em 06/05/2024 20h53

A 70ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) rendeu bons trabalhos. Entre aqueles que receberam menção honrosa, está Uma Comparação De Dois Métodos Para Ensinar Tato Para Crianças Com Transtorno Do Espectro Autista, que fez parte do mestrado da discente Rafaela de Melo Franco, do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), orientado pela professora Daniela Mendonça Ribeiro. O estudante de Psicologia e bolsista de iniciação científica, Pedro Gomes, colaborou com a coleta e análise dos dados. A docente Ana Carolina Sella, do Centro de Educação (Cedu), também foi colaboradora do estudo.
O objetivo do estudo foi comparar procedimentos para ensinar o comportamento de nomear objetos, denominado tato de acordo com o referencial teórico adotado na pesquisa, para quatro crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Durante o ensino de linguagem para crianças com TEA ou com outras deficiências, com frequência, os profissionais apresentam dúvidas sobre o procedimento mais eficiente para ensinar as crianças a nomearem objetos”, explicou Daniela Ribeiro. E continua “Mais especificamente, eles questionam se devem apresentar apenas um objeto por vez e ensinar a criança a nomear apenas este objeto ou se devem apresentar mais de um objeto simultaneamente e ensinar a criança a nomear tais objetos”.
“Neste sentido, o estudo vem contribuir para a identificação de procedimentos eficazes para o ensino do comportamento de nomeação de objetos, que é fundamental para aquisição e expansão do nosso vocabulário”, disse a discente Rafaela Franco.
Segundo a professora, fizeram esta comparação na tentativa de contribuir tanto para a pesquisa científica sobre a aquisição de linguagem quanto para as práticas clínica e educacional com crianças com TEA. A coleta de dados com as crianças levou sete meses e o trabalho ao todo, desde sua concepção até a redação da dissertação, durou cerca de dois anos. Durante esse tempo, quatro meninos com idades entre 3 e 9 anos, foram ensinados a nomear seis mapas de estados brasileiros. A nomeação de três desses mapas foi ensinada por meio do método individual, no qual apenas um mapa era apresentado por vez. Já a nomeação dos outros três mapas foi ensinada por meio do método simultâneo, no qual os três mapas eram apresentados ao mesmo tempo e cada um era ensinado alternadamente até que a criança aprendesse a nomear os três mapas.
Os dois métodos levaram à aprendizagem da nomeação dos mapas, no entanto, a apresentação individual foi mais eficiente para dois participantes, em termos do número de exposições necessárias de cada mapa até a aprendizagem. Para os outros dois participantes, a diferença na aprendizagem com cada método foi bastante pequena.
“Desde o início do trabalho, planejamos a apresentação de seus resultados para a comunidade científica. E, quando soubemos que a SBPC aconteceria em nossa casa em 2018, tivemos certeza de que esse evento seria o ideal para divulgar nosso trabalho”, explicou a docente orientadora. Apesar dos resultados iniciais, a equipe ainda sugere investigações futuras sobre o papel das variáveis na aprendizagem do comportamento de nomear objetos por meio dos dois procedimentos.