Professor da Ufal auxilia na identificação da espécie de tubarões encontrados no litoral do Paraná

Tubarões da galha branca nunca haviam sido encontrados no Oceano Atlântico; Artigo sobre o tema foi publicado em revista internacional


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O professor Claudio Sampaio, da Unidade Educacional de Penedo, auxiliou na identificação de tubarõees da galha branca encontrados no Paraná. Foto - Claudio Sampaio
O professor Claudio Sampaio, da Unidade Educacional de Penedo, auxiliou na identificação de tubarõees da galha branca encontrados no Paraná. Foto - Claudio Sampaio

Thamires Ribeiro – estagiária de Jornalismo

Após três tubarões serem encontrados no litoral do Paraná, o professor Claudio Sampaio, da Unidade Educacional de Penedo do Campus Arapiraca, auxiliou, através do Laboratório de Ictiologia e Conservação (LIC), da Universidade Federal de Alagoas, na identificação da espécie dos animais e contribuiu na produção de um artigo sobre a ocorrência.

Trata-se de três tubarões galha branca de recifes, nunca encontrados no Oceano Atlântico até o momento, e que, segundo o professor, são adultos e podem estar se reproduzindo no Brasil. “Não é considerada uma espécie agressiva, mas um predador por excelência de peixes e polvos. Como é uma espécie comum em grandes aquários e oceanários, discutimos a possibilidade de terem sidos soltos aqui no Brasil ou ainda cruzado o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, saindo do Oceano Índico, alcançando o Atlântico”, revelou Claudio Sampaio.

De acordo com Sampaio, o professor Hugo Bornatowisk, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ficou sabendo que alguns tubarões desconhecidos estavam presentes em um naufrágio do litoral do Paraná e solicitou algumas imagens para mergulhadores do local. Após isso, as imagens foram compartilhadas entre pesquisadores e em um trabalho conjunto, a espécie foi identificada.

A identificação da espécie dos tubarões resultou em um artigo publicado na conceituada revista científica Journal of Fish Biology, do Reino Unido. O trabalho foi produzido por Claudio Sampaio, em conjunto com professores Hugo Bornatowisk; Robin Loose, da Associação MarBrasil; Otto Gadig, da Universidade Estadual Paulista (Unesp); Alfredo Carvalho Filho, da Fish-Bizz; e Rodrigo Domingues, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O docente revelou que o próximo passo do grupo é coletar o DNA dos tubarões para identificar suas origens, pois essa espécie não é nativa do Oceano Atlântico. “Como o litoral do PR só permite o mergulho na temporada do Verão, pois suas águas são normalmente turvas, o Prof. Hugo e seus colaboradores estão atentos a possíveis novas imagens e capturas. O desejo é coletar e através da genética descobrir a origem desses tubarões”, acrescentou.