Somos nota 4! Somos todos Ufal
Após mais de 50 anos, em sua primeira avaliação institucional, comunidade Universitária da Ufal comemora nota 4 numa escala de 0 a 5
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Lenilda Luna - jornalista
É a primeira vez que o Inep - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - faz avaliação da Universidade Federal de Alagoas em seu ato de recredenciamento. A Ufal fez uma solicitação de avaliação em 2007 pela gestão à época conforme número do processo 2007/481, porém, não teve andamento. Segundo a reitora Maria Valéria Correia, o comunicado sobre a avaliação do Inep, no início de sua gestão em 2016, foi uma surpresa.
A comissão de avaliadores esteve presente na Ufal nos dias 21 a 23 de fevereiro deste ano e, além de dialogar com a comunidade universitária e conhecer a estrutura física, teve acesso a uma vasta documentação que comprovasse os 51 indicadores de qualidade que o instrumento exige.
É importante destacar que a nota do Inep vai de 0 a 5, portanto, a conquista do conceito 4 para Ufal, numa conjuntura de contingenciamento e cortes de verbas nas universidades públicas, significa que a Universidade está em processo de autoavaliação, crescimento e consolidação constante.
Valéria Correia agradece à todos pelo engajamento nesse processo e ao empenho de um conjunto de pessoas que levam o serviço público muito a sério. A reitora também agradeceu aos gestores da Ufal, incluindo pró-reitores, diretores de unidades, coordenadores de cursos de graduação e pós, corpo técnico das diversas unidades, setores, além de estudantes e a comissão interna, que coordenou os protocolos necessários para este processo.
“A avaliação da Ufal pelo Inep veio em um momento importante para a reafirmação da importância e da qualidade da Ufal para a sociedade alagoana e a região nordeste. Assim como confirmar o que já sabíamos: a qualidade dos servidores - docentes e técnicos- que compõem o quadro de trabalhadores da Ufal", ressaltou Valéria.
O processo avaliativo
Foi criada uma comissão através da portaria 1569/2016 e posteriormente modificada pelas portarias GR 1738/2017 e 165/2018 com uma coordenação integrada pelos professores Tiago Zurck, Conceição Valença (Cedu), Luís Paulo Mercado (Cedu) e Jusciney Carvalho (Cedu) presidida por Valéria Correia, junto a uma comissão interna. Também participaram técnicos dos setores administrativos e as professoras Terezinha (Fanut) e Eliane Barboza (Fale), representando os diretores das Unidades Acadêmicas.
A principal estratégia foi dar total transparência ao processo e às ações que seriam adotadas. Nesse sentido, foi criada uma página com todas as informações, comunicados feitos aos demais gestores da Universidade, documentos e legislação.
Organização do trabalho
Foi elaborado um plano de ação que envolvesse essas duas frentes e programadas reuniões com cada pró-reitoria e órgão administrativo da Ufal além de visitas a todas as unidades acadêmicas da Universidade durante o ano de 2017.
Foram realizados painéis sobre o recredenciamento com a participação dos diretores das Unidades, coordenadores de graduação e pós-graduação, com os colegiados e integrantes dos NDEs. O primeiro contou com a participação da avaliadora Inep e procuradora Educacional Institucional do IFRN, professora Tarcimaria Gomes e do professor Walter Matias (Cedu - Ufal) também, avaliador do Inep.
Ações desencadeadas pela Gestão
Várias ações foram realizadas a partir de um criterioso trabalho da comissão interna em identificar no instrumento de avaliação do Instituto quais as potencialidades historicamente construídas pela Ufal e as fragilidades. A partir destas últimas, que impactariam no processo de recredencimento, a Gestão adotou algumas ações, dentre elas são destacadas:
- Atualização dos PPCs quanto às relações étnico raciais, acessibilidade, meio ambiente, direitos humanos e estágios;
- Base comum das licenciaturas pelo Consuni;
- Aprovação das Resoluções para regularização da vida acadêmica dos estudantes;
- Publicações de notas técnicas sobre os indicadores de avaliação da IEs divulgados anualmente pelo Inep;
- Criação do Plano de Autoavaliação dos cursos;
- Reestruturação das Comissões de Autoavaliação das UAs (CAAs);
- Institucionalização do Repositório Institucional;
- Criação do Comitê de Combate à Violência contra a mulher, racismo e homofobia;
- Participação do pacto universitário de Educação em Direitos Humanos desde 2017;
- Curricularização da Extensão aprovada pelo Consuni;
- Criação das instruções normativas que passam a normatizar a condução das políticas estudantis na Universidade;
- Criação do Portal do Egresso;
- Reestruturação do NAC e aquisição de equipamentos, garantindo um espaço melhor adequado;
- Criação da página da CPA e sua reestruturação;
- Criação do Programa de capacitação dos servidores;
- Revitalização do 'Ufal em números' possibilitando a publicização dos indicadores da instituição;
- Criação de uma política de estágio tendo a Ufal como espaço de formação;
- Obras de readequação do Restaurante Universitário;
- Realização de concursos públicos com 260 admissões de docentes (efetivos, substitutos, e visitantes) e 111 admissões de técnicos, todos de reposição de quadro;
- Política de qualificação com indução de cotas para servidores (docentes e técnicos) na pós-graduação e edital de professor substituto para afastamento de docentes;
- Criação da carta de serviços dando maior transparência dos serviços que a Universidade oferece;
- Criação do Fórum dos Técnicos como forma de potencializar uma maior participação na assessoria das políticas deste segmento;
- Institucionalização do nome social;
- Ação integrada junto aos cursos em processo de avaliação Inep;
- Recuperação do telhado da Biblioteca Central e aquisição de novos equipamentos, bem como reestruturação das bibliotecas setoriais;
- Reestruturação de duas salas de inclusão digital na Biblioteca;
- Destinação de cerca de R$ 1,3 milhão para compra de livros com base nos PPCs dos curso;
- Compra de 500 computadores e revitalização dos laboratórios de informáticas que atendem à graduação com alocação de novos computadores em todos os campi;
- Aquisição de materiais de laboratórios no valor de cerca R$ 2 milhões (Proginst)
- Sinalização viária do Campus A.C. Simões com 115 novas placas de trânsito;
- Retelhamento dos prédios da Universidade;
- Sinalização nos estacionamentos das vagas para deficientes;
- Continuidade de obras de acessibilidade nas calçadas;
- Criação da resolução da guarda do acervo acadêmico conforme determina legislação de 2013; e
- Início de elaboração de projeto de segurança contra incêndio e pânico com cronograma até 2023.
A finalização do processo
Todo esse trabalho, de quase dois anos, com várias etapas, culminou na recepção de comissão avaliadora, nos dias 21 a 23 de fevereiro, na qual a comunidade universitária demonstrou unidade ao comparecer de forma representativa em todas as atividades da programação. O resultado positivo na avaliação é uma grande conquista para os segmentos que compõem a Ufal. Nas considerações finais o relatório Inep destaca: "A Ufal, por ter obtido conceito final igual a 4,0 (quatro), apresenta um perfil MUITO BOM de qualidade".
Próximos passos
A reitora ressalta que o relatório da Comissão avaliadora indicando o conceito 4 já é uma grande conquista. Ela explica que agora será preciso aguardar o parecer da Seres para, então, o Conselho Nacional de Educação e MEC procederem com a publicação de portaria.
"Temos orgulho de estar à frente da Universidade nesse momento tendo a clareza que a história de luta e de sonhos, na sua pluralidade, garantiu o conceito quatro. Estamos fazendo história. Temos problemas, fragilidades, mas precisamos enfrentá-los, especialmente nesse momento de crise política, social e econômica. Mas vamos continuar enfrentando coletivamente todos os desafios” finaliza Valéria Correia.