Ufal pode receber financiamento contínuo para pesquisa sobre a ELA

Universidade terá laboratório de pesquisas com células-tronco, voltado à Esclerose Lateral Amiotrófica


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Secretário Marco Fireman, do Ministério da Saúde. Fotos: Naísia Xavier
Secretário Marco Fireman, do Ministério da Saúde. Fotos: Naísia Xavier

Ascom Fapeal

“Não faltará recurso nem para esta fase, nem para as demais, caso obtenham sucesso. Os primeiros R$2,3 milhões foram apenas para implementar o laboratório e iniciar as pesquisas mas, de acordo com os resultados, vamos continuar financiando”. A fala é de Marco Fireman, secretário para Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, se referindo a financiamento iniciado em novembro de 2017. 

Ele fez essa perspectiva durante a abertura do 1º Simpósio Internacional sobre Esclerose Lateral Amiotrófica, doença rara e ainda incurável, da qual surgem dois mil novos casos a cada ano no Brasil. O evento sediado em Maceió encerrou nesta segunda-feira (5) e contou com a presença de gestores públicos, pesquisadores, profissionais, estudantes de graduação e pós-graduação, pacientes de ELA e seus cuidadores. 

A doença é uma condição neurodegenerativa, que causa morte de neurônios motores. O raciocínio dos pacientes, no entanto, se mantém intacto, o que pode ser comprovado pelo astrofísico Stephen Hawking, que há muito já superou todas as expectativas de sobrevivência, e pelo discurso do médico alagoano Hermerson Casado Gama, através de voz computadorizada. Diagnosticado com ELA em 2012, desde então é ativista da causa dos portadores da doença. 

Graças aos seus esforços, se formou um núcleo científico na Ufal que vai utilizar células-tronco na busca de novas estratégicas terapêuticas para a ELA. Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal), o Estado entra no seleto e ainda insuficiente rol dos centros de pesquisa para doenças raras no país. 

“A equipe técnica elaborou projeto ousado, dando resposta a uma causa pela qual o doutor Hermeson Casado vem lutando não só em seu nome, mas em nome de muitos brasileiros. Um passo imenso foi dado e com isso, a responsabilidade aumenta”, aponta o professor Fábio Guedes, diretor-presidente da Fapeal. 

“Nosso laboratório contará com o que há de mais moderno em termos de equipamentos e ferramentas na atualidade, e os experimentos baseados em célula-tronco são um marco para o estado de Alagoas”, comenta Marcelo Duzzioni, doutor em Farmacologia, ligado ao Instituto de Ciências Biológicas da Ufal.

Todo o projeto dever ser realizado no âmbito do Sistema único de Saúde (SUS).

“A Ufal já contava com uma expertise de profissionais capacitados para atuar nesta linha de pesquisa, mas até agora, não havia condições”, explica a professora Iracilda Lima, diretora do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS/Ufal). 

Sobre o evento

Com especialistas de cinco países em sua programação, o 1º Simpósio Internacional sobre Esclerose Lateral Amiotrófica Alagoas em Movimento foi financiado pela Organização Pan-americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS), com apoio da Fapeal, da Associação Dr. Hermerson Casado Gama, da Prefeitura Municipal de Maceió e da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão em Saúde de Alagoas (Fepesa), ligada à Uncisal.