Abril Indígena reforça os direitos dos índios alagoanos
A 8ª edição do evento aconteceu no Campus do Sertão, em Delmiro Gouveia
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Thamires Ribeiro – estagiária de Jornalismo
Abordando o tema Etnologia, identidade, saúde e direitos, o Campus do Sertão, em Delmiro Gouveia, recebeu nos últimos dias 23, 24 e 25 a 8ª edição do Abril Indígena. O evento contou com ciclo de palestras, conferências, fóruns, mostra de filmes, mesas-redondas, fóruns e apresentações culturais. Na ocasião, os presentes ressaltaram a importância da descentralização do Abril Indígena, que dessa vez aconteceu no Sertão alagoano, além de discutir questões relacionadas aos desafios enfrentados pelos índios do Estado, diariamente.
A mesa de abertura foi composta pela antropóloga Raquel Rocha; pela assistente social dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas de Alagoas e Sergipe (DSEI-AL/SE) Eline Juvita; pelo diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), João Vicente; e por Carlos Omena, representante das Coordenações Técnicas Local da Funai. Além de contar com a presença do Paulo, cacique da etnia Kalanko; Maria de Fátima, representante das mulheres camponesas; de Ana Cristina, da Prefeitura de Delmiro Gouveia; da camponesa Celina Santana e do diretor acadêmico do Campus do Sertão, Thiago Trindade.
Durante o evento, o cacique Paulo relembrou o cenário complicado de retiradas de direitos dos indígenas e a necessidade de debater as políticas de saúde e assistência. “Não se discute saúde sem discutir demarcação, os grandes problemas de saúde dentro das nossas comunidades são provenientes da falta de território. Sem a terra não podemos ter agricultura de subsistência nem colher nosso Kroá, planta que tiramos a matéria prima para as vestes sagradas”, disse, ressaltando ainda a celebração dos 20 anos da etnia.
Na programação, as mesas-redondas debateram temas sobre Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, direito à saúde e os desafios da intermedicalidade; saúde da mulher indígena, do idoso e da criança; identidade étnica, práticas e perspectivas dos povos indígenas, entre outras temáticas.
O evento foi realizado em parceria entre o Instituto de Ciências Sociais (ICS), Museu Théo Brandão (MTB), Cáritas Diocesana de Palmeira dos Índios e o Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) Alagoas/Sergipe.