Exposição na Pinacoteca mostra trabalho nas ruínas do Alagoinha

Artista visual Lis Paim reuniu um grande arquivo audiovisual num trabalho de pesquisa e dedicação

Por Ascom Ufal
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Arte de divulgação
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A Pinacoteca Universitária apresenta a exposição Montar uma Ruína: Clube Alagoinha da artista visual Lis Paim, com abertura marcada para o dia 3 de julho, às 20h. A mostra esteve exposta no Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE) em março deste ano, e agora chega à Maceió como a segunda exposição da pauta anual de 2018 do museu da Ufal.

Montar uma Ruína é a primeira exibição pública do arquivo audiovisual constituído pela artista a partir da edificação em ruína do Alagoas Iate Clube - o Alagoinha, o antigo clube modernista localizado dentro do mar da orla de Ponta Verde, na cidade de Maceió (AL). De acordo com a artistas o lugar é alvo de peculiares ocupações transitórias e de ameaças constantes de desaparecimento. Ela descreve a imagem do Alagoinha na paisagem urbana como a de um apêndice; uma aresta consentida e mal aparada de Maceió: um lugar de limbo.

De início acompanhada por uma equipe pequena, e, nos anos seguintes, sozinha, desde dezembro de 2012, Lis Paim passou a visitar semestralmente as ruínas do Alagoinha, a fim de capturar em filme e arquivar os fragmentos da destruição do prédio. Em paralelo, deparou-se com o acervo de fotografias antigas e de fitas em VHS e K7 cedido à artista pela Família Costa, fundadora do clube privativo, compondo um mosaico de registros do passado do lugar. Juntaram-se, depois, a este volume, algumas imagens dos fotógrafos alagoanos Japson Almeida, Alice Jardim e Camila Cavalcante, além de vídeos de propagandas e gravações radiofônicas disponíveis na internet.

A soma do referido arquivo abrange hoje cerca de 40 horas de gravações em vídeos, 1,8 mil fotografias e 20 horas de ambiências sonoras e conversas gravadas na ruína com narradores que emprestaram as suas vozes e os seus diferentes pontos de vista à pesquisa.

O trabalho é apresentado na exposição sob a forma de uma instalação audiovisual e de um conjunto fotográfico com 120 imagens, acompanhados de uma série de depoimentos sonoros. Na construção do espaço, há, por um lado, uma exposição do jogo de procedimentos na criação e manipulação deste arquivo em diferentes dispositivos e técnicas; por outro, a operação de montagem que a artista realiza é essencialmente a do despedaçar da possibilidade de criação de uma narrativa linear e cronológica do declínio do Alagoinha.

A visitação é gratuita e segue aberta ao público de 4 de julho a 14 de agosto, de segunda a sexta, das 8h30 às 18h.

Sobre a artista

Lis Paim nasceu em Salvador em 1983, morou em Manaus, Maceió - onde residiu por oito anos - e Buenos Aires. Desde 2014 vive em Fortaleza. É formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Alagoas (2007) e mestre em poéticas artísticas contemporâneas pelo PPGArtes da Universidade Federal do Ceará (2017). Trabalha com e para o cinema desde 2006, realizando filmes, exibindo, ensinando e coordenando projetos na área de gestão cultural. Como artista, tem se dedicado à pesquisa do documentário e da poética da montagem em diferentes dispositivos. Atualmente, coordena o Laboratório de Criação em Cinema do Centro de Narrativas Audiovisuais (Cena 15) da escola pública Porto Iracema das Artes, no Ceará, uma das principais escolas de arte do Brasil. 

Serviço

O quê: Exposição Montar uma Ruína: Clube Alagoinha, de Lis Paim

Quando: Abertura dia 3 de julho de 2018, às 20h. Visitação de 4 de julho a 14 de agosto, de segunda a sexta, das 8h30 às 18h.

Onde: Pinacoteca Universitária da Ufal – Espaço Cultural Universitário Salomão de Barros Lima – Pç. Visconde de Sinimbu, 206 – Centro.