Acelerador de partículas Sirius é tema de palestra na reunião da SBPC em Alagoas
Pesquisadora do CNPEM mostra como o novo produtor de luz síncrotron pode ajudar a entender o funcionamento das moléculas mais complexas
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De forma dinâmica e didática a pesquisadora do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Ana Carolina Zeri, apresentou o projeto Sirius na 70ª Reunião Anual da SBPC. O objetivo da palestra foi o de ampliar os conhecimentos e incentivar a pesquisa e inovação para o público presente, que em sua maioria era de estudantes do Ensino Médio de uma escola pública estadual.
A palestrante começou explicando que o Sirius é o novo produtor de luz síncrotron brasileira, essa luz que vemos. Ela é produzida pelo sol, lâmpadas ou chamas e é a responsável por dar forma e cor ao mundo através do cérebro. A produção dessa luz é feita pelo aceleramento de elétrons que são desviados de sua trajetória perdendo energia na forma de luz síncrotron. Quando concluído, possibilitará que análises moleculares sejam feitas em maior quantidade e em menos tempo.
Ana Carolina destaca de forma simples e objetiva como essas análises são feitas e qual o propósito. Ela pontua que deve-se pensar no Sirius como um microscópio mais potente e dessa forma é possível entender melhor o comportamento das células.
“Vamos pegar como exemplo o câncer. Uma célula que mudou sua forma de ação e agora se tornou cancerígena, essa é uma molécula mais complexa e por esse motivo eu não consigo estudá-la bem utilizando outras técnicas e ferramentas, mas depois de cristalizá-las eu posso com o Sirius estudá-la e descobrir, a nível molecular, a fórmula dela, como ela se comporta. E dessa maneira podemos estudar formas de ataque a essas moléculas. Pensem como uma tática de guerra a doenças como o câncer, doença de chagas e até doenças neurológicas”.
Ela também explica que a escolha do nome Sirius foi feita através de um concurso entre os funcionários. Inicialmente o projeto estava sendo chamado de LNLS2 – que é o nome do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron – mas como a pesquisadora mesmo destaca esse é um nome “sem criatividade nenhuma”. Um dos funcionários sugeriu Sirius que ganhou por essa ser a estrela mais brilhante do céu, que fica na constelação do Canis Major.
A palestra terminou com os ouvintes encantados pela grandiosidade do projeto e pelas possibilidades que ele representa. É o que conta a estudante do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Almeida Cavalcante, Brenda Canabarra, “foi uma grande honra participar dessa palestra. Ver tudo o que pode ser feito através desse grande microscópio. Foi maravilhoso! Espero ter a oportunidade de voltar a eventos como esse mais vezes”.