Conferência sobre leishmaniose atrai estudantes de áreas da saúde

Pesquisa sobre a doença foi realizada por professora do Rio Grande do Norte

Por Camilla Bibiano, estudante de jornalismo
- Atualizado em
Conferência sobre leishmaniose na SBPC Alagoas
Conferência sobre leishmaniose na SBPC Alagoas

Durante a programação da 70ª Reunião Anual da SBPC, um dos destaques da manhã desta segunda-feira (23) na Faculdade de Medicina (Famed) foi a conferência Determinantes genéticos nas leishmanioses, ministrada pela professora Selma Maria Bezerra Jerônimo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Sua palestra teve como viés principal a pesquisa sobre o protozoário da leishmaniose feita pela docente, que lotou o auditório do bloco de Medicina com alunos dos cursos da área da saúde.

A palestra abordou como a doença se manifesta em ambientes endêmicos, atingindo a população brasileira em sua totalidade. A apresentação da pesquisa comandada por Selma trouxe dados envolvendo humanos e cachorros, aos quais foram feitos estudos de associação da doença e da população.

Dessa forma, foi possível acompanhar a evolução e mudança comportamental em crianças do Rio Grande do Norte, comprovando que houve uma diminuição dos casos. Também foi constatado que a diminuição da incidência está diretamente ligada ao aumento de proteção por meio de vacinas e uma dieta nutricional balanceada.

A professora Selma Jerônimo falou sobre o interesse em pesquisar sobre a doença em pessoas que residem nas áreas onde há mais transmissão e casos de humanos ou cães com Calazar. “A leishmania como modelo de doença, como ela induz um quadro dramático em termos de doença, modulado pela resposta imune, me atrai. Ao mesmo tempo algumas pessoas são resistentes a ela, o que me levou a tentar compreender o que leva a suscetibilidade ou a resistência em desenvolver a doença nessas pessoas”, afirma.

Por envolver casos com animais, alguns estudantes da Veterinária também se interessaram pela exposição da pesquisa, incentivados por seus professores. Rhillany Silva foi prestigiar a conferência visando entender mais sobre a interferência do protozoário nos animais. “Como a leishmaniose está em alta no momento, principalmente nos animais, essa palestra foi importante para saber o que exatamente ocorre no organismo, o que está interferindo para ter tantos casos ocorrendo”, salientou.

Por fim, a docente ainda comentou sobre ter tantos alunos presentes na sala e de como é importante a exposição desses temas no meio universitário. “A SBPC tem uma função importante de aprendizado para nós cientistas, mas acima de tudo sob aspecto de que a próxima geração de brasileiros cientistas estão aqui. E com isso, tem a possibilidade da gente mostrar um dado relevante, para que essas pessoas se encantem e passem a ser melhores profissionais, e se não forem se tornar cientistas, pelo menos, entendam o processo. É tão importante quanto falar para uma audiência especializada”, destacou.