Debate aborda atual cenário brasileiro em questões espaciais
Um dos objetivos foi fazer uma análise comparativa do trabalho espacial brasileiro com o de países mais desenvolvidos na área
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O maior evento científico da América Latina, trouxe na programação da SBPC Inovação a mesa-redonda O programa espacial brasileiro. Coordenada por Thyrso Vilela Neto, pesquisador titular da Divisão de Astrofísica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (DAS/Inpe), a mesa trouxe um debate sobre a atual situação do Brasil, no que diz respeito a atividades espaciais.
O principal objetivo foi discutir o programa espacial brasileiro, seus desafios e oportunidades, fazer um comparativo entre os países que mais se destacam na área, entre eles Estados Unidos e Rússia, e apresentar dois dos principais órgãos que cuidam do tema no Brasil. Carlos Alberto Gurgel Veras, diretor de satélites da Agência Espacial Brasileira (AEB), explica que para manter atividades do tipo são necessários muitos recursos financeiros, sendo assim, o maior desafio do país é ter satélites nacionais lançados por foguetes também brasileiros, a partir de bases no próprio país.
Veras ainda trouxe algumas informações da AEB, criada em 1994, e que não possuía funcionários, mas recentemente realizou seu primeiro concurso e hoje conta com mais de 60 colaboradores, sendo grande parte deles jovens. A agência coordena e promove atividades espaciais de interesse nacional e conta com sete parceiros, incluindo universidades e indústrias.
O Brigadeiro-Engenheiro Augusto Luiz de Castro Otero, que é militar e diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), contou um pouco da história da atividade espacial surgiu no Brasil, desde a criação do departamento de ciências e tecnologia aeroespacial até o Instituto de Atividades Espaciais, onde surgiram os projetos de espaço, e depois, de satélites.
O Instituto ainda conta com muitos colaboradores, clientes e fornecedores tanto nacionais como internacionais, possui uma infraestrutura ampla, com vários laboratórios, e tem projetos de acesso ao espaço, sendo quatro grandes operacionais. Um desses é o VSB - 30, um foguete que foi desenvolvido a pedido da Agência Espacial Alemã, o Brasil desenvolveu os motores e a Alemanha a carga útil, onde são embarcados todos os experimentos em ambientes de microgravidade. O foguete também é utilizado por universidades e empresas para fazer ensaios que são lançados do Brasil, da Noruega, da Suécia e da Austrália, sempre em parceria com a agência alemã.
Segundo Otero, o Brasil conta apenas com um veículo de acesso ao espaço, mas existem outros futuros projetos. Ele afirma que os principais desafios a serem superados nessa área é saber o que quer, onde se deseja chegar, ter gente qualificada, ter um bom planejamento, recursos e boas parcerias.
Para quem quiser conhecer mais a respeito da AEB, estão acontecendo exposições sobre lançamento de foguetes, jogos e diversas outras atrações, na Expot&C e na SBPC Jovem até o final do evento.