Geometria das películas de bolha de sabão é tema de conferência

Forma, área e superfície das películas ajudam a resolver problemas matemáticos complexos

Por Mara Santos – estudante de Jornalismo
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Marcos Petrúcio Cavalcante, professor da Ufal. Foto: Mara Santos
Marcos Petrúcio Cavalcante, professor da Ufal. Foto: Mara Santos

Pesquisador em geometria diferencial, o professor de Matemática da Ufal, Marcos Petrúcio Cavalcante, reuniu estudantes e amantes da área para a conferência Geometria das películas de bolhas de sabão. A atividade foi realizada na sala 1 do Centro de Interesse Comunitário (CIC), nesta segunda-feira (23), dentro da programação da Reunião Anual SBPC, no Campus A.C. Simões, em Maceió.

O professor explicou que investigar as superfícies que têm curvatura constante é um dos objetos de estudo da geometria diferencial, cujos modelos principais, e mais interessantes, são as películas e as bolhas de sabão. O que acontece com elas? Por que são esféricas? O que acontece com a área da superfície quando você faz pequenas perturbações nela? - o chamado ‘método variacional’, que tem relação com o formato das superfícies – são questões amplamente estudadas na pesquisa.

“As bolhas de sabão têm a curvatura constante, têm a menor área possível entre todas as superfícies que possuem o mesmo volume, ou seja, elas têm o mínimo da área. E nós estudamos isso, esses pontos de mínimo da função área, e conseguimos entender do ponto de vista matemático como isso funciona. As bolhas são o exemplo concreto desta teoria”, explicou Marcos Cavalcante.

A pesquisa é dedicada ao professor e matemático alagoano Manfredo Perdigão do Carmo, conhecido nacionalmente por seu trabalho destinado à geometria diferencial e que faleceu em abril deste ano. Segundo a matemática, as películas de sabão buscam minimizar sua área de superfície, uma forma de juntar determinado volume de ar em um espaço menor.

Atenta a palestra, a estudante do 7º período do curso de Matemática da Ufal, Milena Farias, contou que a área de geometria diferencial é muito forte na SBPC Alagoas, com muitos professores e pesquisadores. “Na palestra a gente consegue visualizar através das imagens das superfícies, alguns resultados que matematicamente provados são verdadeiros para sempre. Isso é um incentivo para a gente que está começando”, declarou Milena.