Mesa aborda a produção do saber em prol da sociedade
Debate foi marcado pela defesa das universidades públicas
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Como possibilitar que o conhecimento produzido pela universidade esteja alinhado com as reais necessidades da sociedade? Essa foi uma das questões que nortearam a mesa-redonda intitulada Comunicação em ciência, sociedade e mercado. O espaço aconteceu nesta terça-feira (24) dentro da extensa programação da 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A atividade foi realizada nas instalações da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
A mesa foi composta pelas professoras Sarita Albagli, do Instituto Brasileiro de Informação Ciência e Tecnologia (IBICT), Maria Ataide Malcher, da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Maíra Baumgarten, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que coordenou a atividade. Os estudantes que prestigiaram o espaço, eram, em sua maioria ligados aos cursos de Jornalismo, Administração, Serviço Social e Biblioteconomia.
O espaço foi pautado por reflexões sobre a necessidade de manutenção das universidades e nas responsabilidades de que atuem nas reais demandas da sociedade. Dentre os outros temas abordados estão a ciência cidadã, a extensão universitária, a importância e os desafios da comunicação frente às novas tecnologias de acesso e consumo do conhecimento.
“É extremamente importante falar sobre essas questões, principalmente num momento em que a ciência vem sendo tão atacada e enfrenta tantos problemas, como os cortes no orçamento, por exemplo. É muito importante a gente ter uma perspectiva de que é preciso conhecer e comunicar, para estabelecermos mediações com a sociedade”, explica aprofessora Maíra Baumgarten (UFRGS), coordenadora da atividade.
A pesquisadora em comunicação Maria Ataíde (UFPA) aborda que parte significativa da academia tem se distanciado do diálogo com a sociedade. “A universidade existe para a sociedade, então tudo que produz deve ser voltado para as necessidades da sociedade e em muitos momentos, a universidade se afasta desse compromisso”, disse, e completou: “Só vamos conseguir fazer alguma coisa, resistir a esse momento tão difícil que estamos passando se abrirmos cada vez mais a universidade para a comunidade e mais do que isso, irmos para a comunidade e entendermos a partir do olhar de quem vivencia as coisas o que de fato podemos fazer em prol do coletivo social”.