Mesa redonda defende identidade quilombola e indígena

O evento teve como convidados os professores Ivan Barbalho, do Campus Sertão, e Eliene Amorim, da Fafire de Recife e coordenação da professora Mônica Santos.

Por Veruscka Alcântara, jornalista colaboradora
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Ivan ressaltou que a educação étnico-racial não é para um grupo, setor, ou dos indígenas e pessoas negras, mas para todos (Fotos: José Moura)
Ivan ressaltou que a educação étnico-racial não é para um grupo, setor, ou dos indígenas e pessoas negras, mas para todos (Fotos: José Moura)

A defesa pela identidade de indígenas e quilombolas foi a temática da mesa-redonda Educação e Relações étnico-raciais, realizada na manhã desta terça-feira (24), no Campus do Sertão. O evento teve como convidados os professores Ivan Barbalho, do Campus Sertão, e Eliene Amorim, da Fafire de Recife, com coordenação da professora Mônica Santos.

O professor Ivan foi o primeiro a fazer as colocações sobre o assunto e ressaltou que a sua explanação era uma sensibilização para que a comunidade acadêmica se sinta parte envolvida das questões étnicas. “Essa é uma mesa que a gente tenta trazer a educação étnica-racial no campo do currículo, das lutas e defesas dos povos indígenas, principalmente do Sertão de Alagoas, das comunidades quilombolas. Essa mesa é de sensibilização com relação as principais demandas, os sofrimentos, as lutas, mas também as reivindicações e as conquistas que esses povos há muito tempo vêm pleiteando no cenário regional e nacional”, reforçou.

Ivan ressaltou que a educação étnico-racial não é para um grupo, setor, ou dos indígenas e pessoas negras, mas para todos, a sociedade e a humanidade. “Que ninguém sinta vergonha de ser o que é, que ninguém seja humilhado por ser o que é, que o professor supere seus preconceitos, combata qualquer discriminação; valorize os aspectos históricos, culturais, sociais e políticos das populações negras e indígenas e outros grupos discriminados”, falou.

A professora Eliene reforçou o papel da mesa. “Viemos aqui falar sobre quem são os povos indígenas, como eles se organizam, e da importância da interculturalidade na escola como elemento fundamental para que haja uma sociedade pluriétnica e multicultural”.

Ela falou sobre o preconceito e a discriminação sofridos pelos indígenas devido a forma como as informações sobre esses povos foram passadas ao longo dos anos. “O preconceito e a discriminação só serão superados se houver informação. As informações que nós tivemos sobre os índios do Brasil foram meias verdades. Nós aprendemos uma história sobre os povos indígenas que não é exatamente o que eles são, nem o que eles eram. A maioria dos livros didáticos tratam como se os indígenas fossem do passado. Os indígenas existem hoje, no presente. Temos mais de 300 etnias, nós temos uma população de quase 900 mil pessoas, essa população aqui em Alagoas é muito grande, mas as escolas precisam entender quem são esses povos indígenas, como eles vivem, como se organizam, para poder respeitá-lo. É um caminho sem volta e muito importante para que haja respeito entre nós”, ressaltou.

Eliene explicou ainda que o papel da escola é muito importante na construção dessas verdades. “A escola cumpre um papel muito importante, ela forma as crianças, os jovens e tem a obrigação de ir atrás de uma informação verdadeira, tem que ir atrás da pesquisa, para que os professores não continuem passando meias verdades para os alunos sobre quem são os povos indígenas do Brasil”.

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